O Senado dos Estados Unidos votou contra a Lei de Proteção à Saúde das Mulheres, que continha o direito ao aborto na lei federal esta quinta-feira, 11 de maio. A votação demonstrou a divisão partidária no país, avançou o jornal "Público".
A votação fez transparecer os limites da maioria do Partido Democrata no Senado, que está dividido a meio com 50 democratas e 50 republicanos. Eram necessários 60 fotos a favor para ultrapassar a vontade republicana.
Foram maioritariamente senadores republicanos que votaram contra, num total de 52 votos, bloqueando o projeto de lei a favor do acesso ao aborto em todo o território americano. A favor votaram 49 senadores.
A vice-presidente dos Estados Unido, Kamala Harris, presidiu à sessão e no fim publicou um vídeo no seu Instagram, destacando que o Senado "falhou no direito das mulheres fazerem decisões sobre o seu próprio corpo".
Também o presidente americano Joe Biden reagiu à decisão, assegurando na rede social que a sua administração "não vai parar de lutar para proteger o acesso aos cuidados reprodutivos das mulheres".
Biden acrescentou ainda que "os republicanos do Senado escolheram interferir nos direitos dos americanos de tomar as decisões mais pessoais sobre seus próprios corpos, famílias e vidas".
Esta votação surgiu no âmbito de uma "fuga de informação sobre uma iniciativa do Supremo Tribunal norte-americano para revogar o direito constitucional ao aborto, estabelecido no caso histórico de 1973 Roe v Wade", escreveu o "Público".
A contestação face a esta situação tem sido crescente, sobretudo em Washington, onde já decorreram várias manifestações contra a revogação da lei do aborto. A ONU também já alertou para um retrocesso global nos direitos reprodutivos caso venha a ser decidida a proibição do procedimento.