O ano de 2019 tem sido bastante atípico, no que toca à meteorologia. Janeiro, o primeiro mês do ano, foi considerado o terceiro mês mais quente desde que se fazem registos de temperatura no planeta Terra. Várias regiões da Austrália, Brasil, África e Ásia registaram temperaturas máximas recordes. Mas também foi em 2019 que vimos neve cair, pela primeira vez em muitos anos, em sítios como Las Vegas, Maui e Los Angeles, nos Estados Unidos, e ilhas do Corvo e Flores, nos Açores, e que se registaram recordes de temperaturas mínimas em vários sítios como Canadá ou nos Estados Unidos da América.
De acordo com Maximiliano Herrera, um meteorologista e climatologista que se dedica a estudar o clima, foram já registados 74 temperaturas recorde só 2019: 63 de temperaturas máximas e 9 de temperaturas mínimas, como se pode ver no site do cientista. Se é um problema para o clima mundial registarem-se tantos recordes de temperatura em tão pouco tempo, é ainda mais grave que número de recordes não seja o mesmo para temperaturas máximas e mínimas.
São vários os modelos matemáticos que comprovam que, num clima equilibrado, o número de recordes de temperaturas mínimas e temperaturas máximas ocorrem em igual número. Além disso, esta disparidade de temperaturas tende também a estabilizar com o tempo, como se pode ler no jornal "Observador". Ora, tal como se pode ver pelos dados recolhidos por Herrera, há um número muito maior de recordes de temperaturas máximas, do que mínimas, o que comprova que atualmente, o clima na Terra não está tão estável como era suposto.
Esta instabilidade climática deve-se em grande parte às alterações climáticas. O aumento dos recordes de temperaturas máximas e mínimas vem juntar-se a um grande número de outros fenómenos que têm vindo a ser registados nos últimos anos, como o aumento da temperatura média da Terra, o degelo nos polos norte e sul, fenómenos meteorológicos severos ou até períodos de seca mais longos.