A baleia que encalhou esta sexta-feira, 15 de abril, na praia da Fonte da Telha, na Caparica, no distrito de Setúbal, morreu pelas 21h30. Os procedimentos de remoção já arrancaram, com recurso a cinco máquinas pesadas, dada à dimensão do animal, mas não será "uma operação fácil", avança o capitão do Porto de Lisboa.
Recorde-se de que esta baleia teria 14,8 metros de comprimento e um peso estimado de 15 toneladas. Isto, de acordo com a CNN Portugal, que confirmou a causa da morte junto do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). "As lesões causadas pelo abalroamento impediriam a sobrevivência do animal nas suas condições naturais, tornando inútil qualquer tentativa de o devolver ao meio natural".
O animal estaria ferido, depois de ter sido abalroado por uma embarcação de grandes dimensões. "Os trabalhos de remoção permitiram observar extensas e profundas lesões", confirmou o Instituto.
A baleia morreu por volta das 21h30, mas, horas antes, às 19h00, já o Instituto avançava a possibilidade de o animal não resistir às lesões. Em declarações à mesma publicação, o ICNF esclareceu ainda que, normalmente, os animais que são vítimas deste tipo de acidentes "ou morrem logo pelo impacto ou, se não morrem nos instantes seguintes, acabam por morrer mais tarde".
PAN diz que a ajuda "de quem detinha o poder de decisão tardou"
A deputada única do PAN Inês Sousa Real recorreu ao Facebook para documentar a situação. A deputada acredita que "apesar da mobilização de ONG como a Cascais Sea e de especialistas como o biólogo Miguel Lacerda, entre tantos outros particulares e representantes de instituições, como os Socorros a Náufragos ou a Capitania, que procuraram ajudar o animal, a ajuda por parte de quem detinha o poder de decisão, o ICNF, tardou e numa situação destas o tempo de atuação é fundamental".
Para Inês Sousa Real, "é importante que se estabeleçam procedimentos de intervenção que permitam uma rápida resposta, evitando maior stress e sofrimento do animal, como foi o caso, em que o mesmo acabou por estar a agonizar durante largas horas".
Processo de remoção do animal já arrancou
"O animal morreu por volta das 21:30 [sexta-feira] e após essa ocorrência iniciaram-se aqui os procedimentos de remoção da carcaça, sob coordenação da Câmara Municipal de Almada", afirmou à agência Lusa Diogo Vieira Branco, em declarações citadas pelo jornal "Observador".
"A Câmara Municipal de Almada é a gestora deste espaço" e é a esta entidade que "compete proceder à remoção", referiu um responsável do Porto de Lisboa, com a ressalva de que não será "uma operação fácil", dadas as dimensões do animal e as características do terreno.
A operação, que terá de ser feita em total segurança, deverá demorar algum tempo, apesar de envolver cinco máquinas pesadas, esclarece. Se todos os procedimentos decorrerem conforme previsto, o ICNF irá realizar uma necropsia ao cadáver do animal já próxima segunda-feira, 18 de abril.
Recorde-se de que o alerta da existência de uma baleia junto à praia da Fonte da Telha foi recebido pela Polícia Marítima das 09h00 desta sexta-feira, 15, confirma a CNN Portugal. Depois de várias tentativas, por parte das autoridades, em colaboração com o Instituto, de encaminhá-la para uma zona mais profunda do mar, a baleia acabou por encalhar no areal, onde acabou por morrer.