É difícil encontrar brasileiros que não se tivessem situado politicamente, principalmente as figuras públicas, na corrida eleitoral às presidenciais que vão ter a sua segunda volta no dia 28 de Outubro, opondo Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). A primeira volta tinha 13 candidatos no total, mas a polarização política é evidente: os contra PT (que não são necessariamente pró-Bolsonaro), os #elenão (movimento contra Bolsonaro) e os apoiantes assumidos de Bolsonaro. Estas divisões têm levado a um aceso debate político (em que muitas vezes não se chega bem a falar de política) com muitas polémicas associadas.
Quem não o fez, como foi o caso da cantora Anitta, foi acusado de “estar em cima do muro” e não se posicionar por receio das repercussões. A própria Anitta foi muito criticada por não se associar ao #Elenão (movimento anti Bolsonaro), viu-se forçada a justificar a sua escolha e posteriormente fez mesmo um anúncio público nas redes sociais em que afirmou estar contra o candidato Bolsonaro (mas já foi tarde demais e foi tão criticada que chegou mesmo a desativar a caixa de comentários).
As apoiantes de Bolsonaro e as polémicas que as envolveram
A socialite e escritora Narcisa Tamborindeguy foi a primeira a causar grande polémica. Conhecida como apoiante da comunidade LGBTI revelou, ainda na primeira volta, a sua intenção de voto em Bolsonaro e foi duramente criticada pelos fãs. Narcisa reconsiderou e afirmou ter errado, justificando-se: “Não sabia de nenhuma atrocidade que ele tinha cometido. Porque não acompanho direito [a vida política]."
Já Regina Duarte (a diva da Globo) posicionou-se sempre como opositora do PT, culpando o partido do candidato Haddad pelo estado económico e social do Brasil. Nos últimos tempos, a atriz tem-se pronunciado negativamente sobre o movimento #Elenão e tem dado indícios de que apoia Bolsonaro (tendo publicado uma fotografia em que parecia ter participado numa manifestação a favor do candidato do PSL). Regina Duarte foi notícia por esta atitude e o seu Instagram continua a gerar polémica, com trocas de ideias (umas mais acesas que outras) entre seguidores dos dois pólos políticos.
As bloggers e influencers brasileiras também não escaparam à controvérsia. A maior delas foi o tweet abaixo, em que uma utilizadora lista algumas mulheres a que atribuiu um tipo de discurso pró Bolsonaro (ou pelo menos anti PT) e apela ao boicote. Muitas foram as influencers que não deram relevância ao assunto, mas quem o fez, como Nati Vozza (dona da marca NV), reiterou o seu direito a ter opinião política e disse não aceitar ofensas. Algumas das visadas desativaram os comentários no Instagram e afirmaram também ter perdido seguidores nessa rede social após exporem a sua convicção.
Ainda assim, a posição destas mulheres (em particular Regina Duarte) tem-lhes valido, também, elogios e aplausos dos apoiantes de Bolsonaro.
Como resposta a estes acontecimentos, circula agora um artigo a alertar para as possíveis repercussões legais de chamar alguém de fascista (crime de injúria). Algumas destas personalidades afirmaram nas suas redes sociais a possibilidade de recorrer a este meio caso a situação continuasse.