Raquel Godinho, responsável pela tragédia que ocorreu em dezembro de 2023, terá desviado, pelo menos, três milhões de euros das contas de dezenas de clientes do Millennium BCP da Ericeira, onde trabalhava. A bancária de 45 anos, que levava no carro a mãe e os dois filhos, de 13 e 16 anos, terá conduzido o carro em direção a um precipício, na estrada do Guincho, em Cascais.
A notícia é avançada pelo "Correio da Manhã", que diz ainda que o banco, até ao momento, ainda não terá indemnizado os lesados. Os relatos indicam que a mulher terá desviado os fundos ao longo do tempo, retirando as quantias das contas dos clientes e dizendo, posteriormente, que não tinha forma de lhes dar os extratos.
“Os meus pais tinham uma conta poupança, que depois passou para mim, com mais de 125 mil euros. No último ano pedi à Raquel, várias vezes, extratos dessa conta e até um cartão para poder movimentá-la, mas ela dizia que o sistema estava em baixo, ou inventava outras desculpas, e por isso nunca consegui acompanhar a conta", explicou uma lesada, citada pela mesma publicação.
"Quando ela morreu deu-me um clique e fui de imediato ao banco pedir explicações. Foi aí que me mostraram os movimentos feitos pela Raquel, sem a minha autorização", continuou a alegada vítima, que diz que a considerava sua amiga, até ver que Raquel Godinho lhe deixou "a conta com mil e poucos euros". O número de vítimas não pára de aumentar.
A bancária era bastante conhecida e respeitada na Ericeira. Contudo, o golpe milionário que terá engendrado terá sido descoberto a 6 de dezembro do ano passado, dia em que se reuniu com as chefias do banco, que marcaram uma auditoria para o dia seguinte. Nessa madrugada, Raquel, que não terá suportado a vergonha de ter sido apanhada, preparou o homicídio-suicídio, segundo o "Correio da Manhã".
No acidente, Raquel Godinho e a mãe, que seguia no lugar do pendura, morreram. Sobreviveram apenas os menores, que seguiam no banco de trás da viatura. O mais velho contou que, após o carro cair ao mar, partiu o vidro do porta-bagagens a pontapé e foi por aí que ele e o irmão conseguiram sair e ficaram numa zona rochosa, à espera de serem resgatados.