O bispo Américo Aguiar afirmou, esta quarta-feira, 15 de fevereiro, que os abusos sexuais na igreja católica portuguesa não mancham a Jornada Mundial da Juventude, assim como referiu o "Observador". O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 também não prevê que exista uma redução na participação.
"Mancha indelével é um jovem ou uma criança ter sofrido um abuso. Para a JMJ e para a notoriedade da igreja, seja lá para o que for, nada se compara ao sofrimento vivido por alguém que tenha sido vítima de um crime destes, tudo o resto é secundário", crê o bispo auxiliar de Lisboa.
O relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica foi apresentado esta segunda-feira, 13 de fevereiro, numa conferência de imprensa. Concluiu que, com base nos dados recolhidos entre 1950 e 2022, 4.815 menores possam ter sido vítimas de abusos sexuais por membros da Igreja Católica de Portugal.
Américo Aguiar assegura que há cerca de 500 mil inscritos nas Jornadas na primeira fase, "sem que houvesse qualquer tipo de reação, nem melhor nem pior". "O que devia ser feito foi feito e o que tem de ser feito tem de ser feito", acredita, reforçando que a JMJ é "algo muito positivo para os jovens portugueses".
Este evento religioso tem gerado polémica nos últimos tempos devido aos gastos associados (mais de 80 milhões de euros). As cerimónias acontecerão no Parque Tejo-Trancão — zona que abrange concelhos de Lisboa (Parque das Nações) e de Loures (Sacavém e Bobadela) — entre 1 e 6 de agosto.