No aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, uma funcionária da Groundforce ao serviço do balcão de check-in da TAP foi detida e vai responder pelos crimes de burla, abuso de confiança e furto. A mulher em questão levou a cabo um esquema para desviar centenas de euros aos passageiros da companhia aérea portuguesa, e foi detida em flagrante pela Polícia de Segurança Pública.
De acordo com o Porto Canal, que relatou o caso e teve acesso a documentos que revelam os contornos da burla, no balcão de check-in, a funcionária informava os passageiros de que o seu voo tinha sido cancelado (o que não correspondia à verdade, e era apenas um pretexto para a burla). Para os acomodar num voo seguinte, exigia aos mesmos passageiros um pagamento de 520€, pagos através de entidade e referência bancária. Estes dados de pagamento eram de um cartão pré-pago associado a uma conta bancária da funcionária.
Mas este não foi o único esquema utilizado pela mesma funcionária para desviar dinheiro em proveito próprio. Em fevereiro, esta mulher ficou a trabalhar duas horas e meia após o fim do seu turno e, nesse período de tempo que já não deveria estar ao serviço, identificou passageiros com excesso de peso de bagagem, a quem cobrou taxas adicionais de centenas de euros. Mais uma vez, o dinheiro dessas taxas foi parar à conta da funcionária, usando a mesma metodologia da entidade e referência.
A mulher acabou detida pela PSP uns dias depois em flagrante, quando se encontrava a receber uma quantia em dinheiro de uma passageira com excesso de bagagem. Na realidade, a opção de pagamentos através de serviços com entidade e referência não existe, apenas em numerário (no balcão de atendimento) ou cartão.