Esta sexta-feira, 22 de maio, fez exatamente 70 dias que Portugal registou o seu 100.º caso de infeção por COVID-19. E ainda que, ao contrário de países como o Qatar, onde a variação diária de casos é superior a 4,2%, Portugal já começou a achatar a curva e tem mantido controlado o número de novas infeções.

Tanto o é que, nesta sexta-feira, a variação diária de novos casos de contágio voltou a ser inferior a 1%. No entanto, nesta fase já há vários países com desenhos de curvas mais achatados, como a Coreia do Sul, "um país que até começou com um número bastante elevado de casos mas que acabou por controlar o surto de forma eficaz", escreve o jornal "Expresso". Mas não é o único: Grécia, Islândia, Áustria ou outros países como a "China, Espanha ou Itália" que, embora tenham registado números superiores aos de Portugal, já começam a registar curvas mais achatadas.  

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"Ainda assim, a evolução do número de infetados com COVID-19 em Portugal está notoriamente abaixo da evolução que se verificou nos países com uma situação mais grave, como China, Itália, Espanha ou Irão", escreve o mesmo jornal.

Mas afinal, e comparando com os restantes países do mundo, a forma como Portugal está a lidar com o surto está a ser positiva ou negativa? Na sexta-feira, o número de novos casos teve um crescimento bruto de 288, mais 36 dos que os de quinta-feira.

Em comparação com os restantes países que estão "há tanto ou mais tempo" do que Portugal com mais de 100 casos de infeção, encontramos seis países com menos casos registados e, por isso, uma menor taxa de crescimento (numa escala em que menos casos equivale a uma situação positiva) — e são eles os Países Baixos, a China, a Suíça, a Dinamarca, a Áustria e a Coreia do Sul.

Nos Países Baixos, por exemplo, o número de novos casos registados na sexta-feira foi de 200, o que equivale a uma taxa de crescimento de 0,5% diária, abaixo do 1,0% de Portugal mas imediatamente acima da realidade da Coreia do Sul que só reportou nove novos casos e uma taxa de 0,1%.

Apesar disso, a verdade é que acima de Portugal há "sete países com resultados mais negativos" onde se incluem, por exemplo, o Qatar, Singapura e Bahrain que apresentam uma variação diária de novas infeções muito elevada.

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No que toca às mortes, Portugal regista uma visível "tendência de abrandamento do ritmo de crescimento" ao manter "um distanciamento confortável das linhas que comparam o surto noutros países. Alemanha, Suécia, Estados Unidos e Canadá são alguns dos países que tinham uma situação mais positiva do que Portugal no início do surto, mas que não conseguiram controlar os números da mesma forma."

Em termos comparativos, 63 dias desde a 10.º morte registada no País, as 1.289 mortes no País colocam Portugal entre China e Indonésia o que significa que "Portugal ainda tem um número acumulado ligeiramente mais elevado, mas com um crescimento inferior", explica o mesmo jornal.

Sobre se já teremos ou não ultrapassado a pior fase do surto de COVID-19, os dados não mentem: depois de ser feita uma média com os valores do número de casos referentes aos últimos sete dias, conclui-se que "a tendência decrescente do número de casos foi quebrada ainda antes do desconfinamento". Isto significa que se registou um novo planato devido a uma oscilação entre números negativos e positivos.

Na última semana, de 18 a 22 de maio, o número de casos subiu de 188 para 231, estabelecendo uma média de mais 43 novos casos por dia o que, até então, estava a ser registado.