Há mais 225 mortes e 7.914 novos casos de infeção em Portugal pelo novo coronavírus. São estes os dados divulgados esta quinta-feira, 4 de fevereiro, pela Direção-Geral da Saúde (DGS), no novo boletim epidemiológico.

Segundo estimativas do projeto Covid-19 Insights divulgadas esta quinta-feira pelo jornal "Público", sabe-se agora que o reforço do confinamento  — o encerramento das escolas, que levou a menor mobilidade, e as medidas mais restritivas impostas pelo Governo — ajudaram a uma queda mais rápida da taxa de transmissibilidade reduzindo o contágio entre 35% e 40% numa semana. 

Surto na Casa do Artista já matou seis pessoas. Há 27 infetados com COVID-19
Surto na Casa do Artista já matou seis pessoas. Há 27 infetados com COVID-19
Ver artigo

Os efeitos do confinamento atual tornaram-se assim mais próximos dos conseguidos com o confinamento feito em março e abril de 2020. Contudo tanto o número de internamentos como de óbitos continuam elevados o que faz com que seja cedo para aliviar as restrições.

"Para avaliarmos um confinamento o que importa é medir o seu efeito. A eficácia de um confinamento vê-se pela queda da taxa de transmissibilidade. Esta taxa é o produto de dois elementos: taxa de contacto – sobretudo representada pela mobilidade – e a probabilidade de transmissão – representada pelas características do vírus e pelas barreiras de proteção que usamos”, explicou ao "Público" Pedro Simões Coelho, coordenador do projeto Covid-19 Insights,  uma iniciativa da Nova IMS e da Cotec.

"A partir da semana em que se reforçaram as medidas do estado de emergência houve maior queda na presença nos locais de trabalho, na utilização dos transportes públicos, nas idas a zonas de retalho e restauração. As escolas arrastam consigo muita mobilidade. Só a partir daí passámos de facto de uma redução da taxa de transmissibilidade de 30% a 40% para uma situação em que a queda é quase igual à verificada em Março. É raro termos uma situação em que se vê uma causa-efeito tão imediata”, explicou Pedro Simões Coelho.