Há mais 45 mortes e 2.596 novos casos de infeção em Portugal pelo novo coronavírus. São estes os dados divulgados esta terça-feira, 3 de novembro, pela Direção-Geral da Saúde, no novo boletim epidemiológico. Este é o segundo dia consecutivo que o País fica abaixo dos 2.000 casos diários. Há ainda 3.295 pacientes recuperados.

Os novos dados são atualizados um dia depois de se saber que, em breve, os militares das Forças Armadas vão ajudar as equipas de saúde nos rastreios epidemiológicos a toda a população. A hipótese foi levantada pelo primeiro-ministro António Costa na manhã de segunda-feira, 2 de novembro, e confirmada pelo Presidente da República nesse mesmo dia, à noite, em entrevista à RTP1.

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Para Marcelo Rebelo de Sousa, é imperativo "ampliar os rastreios" e "as Forças Armadas, os funcionários públicos e até os privados podem fazer pesquisas e contactos com aqueles que estiveram próximos dos infectados", sempre com a supervisão do Ministério da Saúde. Espera-se que, além disso, seja decretado um novo estado de emergência como forma de combate à segunda vaga do surto do novo coronavírus no País.

Na audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro defendeu o regressar de Portugal a um estado de emergência para justificar, por exemplo, limitações à circulação livre, à medição de temperatura corporal nos locais de trabalho e em locais públicos, ou até mesmo ao reforço dos meios de saúde recorrendo ao setor privado.

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Ao decretar um estado de emergência, o governo passa a ter a possibilidade de requerer às Forças Armadas e a funcionários públicos que, não estando infetados nem impossibilitados de trabalhar, possam reforçar as equipas de combate à pandemia — ajudando, com o apoio de especialistas da saúde, no rastreamento de casos positivos, na identificação de casos de risco ou no acompanhamento de doentes infetados e isolados.

Sobre a implementação deste nível de alerta, e de exceção, António Costa garante que "será mais limitado no seu objetivo", mas ressalva que, apesar disso, deverá durar mais do que quinze dias.

E ainda que admita que a principal causa de contágios está nas reuniões familiares ao fim de semana, através de batizados, casamentos ou aniversários, o primeiro-ministro diz que, para já, a possibilidade de um recolher obrigatório está fora de questão. "Decretar o recolher obrigatório ao fim de semana seria de uma grande violência e um excesso". Mas abre portas à restrição da circulação entre as 23 horas e as seis da manhã.