Portugal regista já 30.623 infetados e 1.316 mortos pelo novo coronavírus. São estes os novos dados avançados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) no boletim epidemiológico deste domingo, 24 de maio. Estes números representam um aumento de 0,5% de infetados, enquanto as vítimas mortais registadas são mais 14 do que as de ontem.

Há também 9.844 recuperados da infeção nas últimas 24 horas, um recorde máximo desde o início da pandemia em Portugal. No entanto, este resultado é esperado devido à recontagem de doentes que tinha sido anunciada pela Ministra da Saúde, Marta Temido.

Os dados são atualizados no mesmo dia em que Alexandre Lourenço, presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, apontou várias críticas à forma como Portugal tem vindo a responder à pandemia da COVID-19 e levanta algumas dúvidas sobre a qualidade dos ventiladores pelo Serviço Nacional de Saúde.

"Hoje podemos dizer que podíamos ter feito algumas coisas de outra forma, mas [isso não era fácil] para quem estava a tomar decisões e face ao grau de incerteza que existia no início de março em relação à dimensão da epidemia. A resposta podia, porém, ter sido melhor em vários aspetos, por exemplo nas questões relacionadas com aquisições de ventiladores, de equipamentos de protecção individual", revela em entrevista ao jornal "Público".

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Sobre o facto de os hospitais terem competido com os curso da Direção-Geral da Saúde para a compra deste mesmo material, Alexandre Lourenço não tem dúvidas de que isso não fez qualquer tipo de sentido que a mesma entidade tivesse "múltiplos pontos de compra".

E, no que toca à compra dos ventiladores, diz que agora o que mais lhe parece relevante é tentar perceber se "todas as aquisições que foram feitas correspondem a ventiladores que cumprem as regras de qualidade."

E conclui: "Há aqui agora um trabalho a fazer, o de ver se estas compras de vários milhões de euros correspondem a ventiladores de qualidade e se na prática os fornecedores cumpriram os requisitos, e se os requisitos foram bem definidos."