Há meses o ensino à distância ocupou o lugar das aulas presenciais, mas, agora que o ano letivo está prestes a arrancar, o Ministério da Educação e a Direcção-Geral da Saúde (DGS) lançaram esta terça-feira, 1 de setembro, diretrizes para uma das disciplinas que exige maior contacto social: educação física. Entre as normas estabelecidas para o novo ano letivo, que começa dentro de duas semanas, está a permissão para a realização de modalidades colectivas, como o futebol, andebol e basquetebol, embora de forma adaptada.

Deve ser privilegiado "o respeito pelo distanciamento físico de pelo menos três metros entre alunos”, sendo que, para isso, facilita se as atividades forem planeadas de modo a serem realizadas individualmente, como é o caso da ginástica, ou em circuito — com número limitado de alunos por grupo em cada estação, revela o documento das autoridades de educação.

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Contudo, mesmo neste último formato, a partilha de materiais deve ser evitada e, sempre que possível, a realização das aulas ao ar livre é recomendada. Ainda que sejam evitados, equipamentos como bolas, raquetas, volantes ou objetos gímnicos portáteis, devem ser desinfetados no início do dia e antes e depois de cada utilização.

Quanto ao uso da máscara, não será obrigatória durante a prática de atividade física, estando apenas circunscrita ao momento em que alunos e professores entram ou saem de ginásios e pavilhões, movimentação que deve ser feita através de circuitos.

“Percebe-se que a higienização dos materiais é um ponto importante neste documento. Os desportos colectivos passam para segundo plano e será dada mais importância à ginástica e outras actividades físicas, o que seria expectável”, afirma Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), de acordo com o jornal "Público".

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Quanto ao pós-aula, altura em que habitualmente os alunos seguiam para os balneários e usavam os chuveiros das instalações, de momento essa prática deve ser evitada. Embora o documento da DGS e do Ministério da Educação não seja claro quanto a esta matéria, remete para a orientação nº 030/2020, que apesar de indicar que os chuveiros e balneários devem garantir o distanciamento entre os alunos, desaconselha o seu uso.

Para combater esta situação e reduzir ao mínimo o número de alunos a usar balneários, o Conselho Nacional de Profissionais de Educação Física e Desporto (CNAPEF) defende que a disciplina deve ser transferida para o último bloco horário do dia, na expetativa de que a maioria dos alunos faça a sua higiene em casa.