Abriu oficialmente uma sede do Instituto de Inovação e Tecnologia Europeu em Portugal (EIT). O EIT agrupa vários programas que funcionam em nove Knowledge Innovation Centers (KICs), isto é, nove setores diferentes. Em cada um destes setores — saúde, digital, energia, alimentação, mobilidade urbana, cultura e criatividade, fabrico, clima e matérias-primas — existem vários programas e fundos, cujo objetivo é ajudar os empreendedores a criarem as suas startups, a desenvolvê-las para scale-ups ou até mesmo ajudar empresas maiores a terem projetos de inovação. 

Desde o dia 1 de abril que Carolina Sampaio Dinis assumiu o cargo de EIT Community Officer, e é este nome que deve decorar se quer beneficiar de algum apoio para o seu negócio. “O EIT tinha apenas representação do setor de saúde em Portugal e alguns representantes de outros setores, não uma sede local. Neste momento, a abertura da EIT Community Hub Portugal significa que temos alguém que representa todos os setores a nível do EIT e que tem esta função de trazer e divulgar todos os programas de todos os setores, como se fosse aqui um centro de inovação com esta perspectiva europeia”, revela Carolina Sampaio Dinis à MAGG. 

Carolina Sampaio Dinis
Carolina Sampaio Dinis Carolina Sampaio Dinis é a responsável portuguesa da EIT
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O objetivo do Hub é, então, dar mais visibilidade às inovações portuguesas a nível europeu, tendo em conta que Portugal ainda é considerado um inovador moderado. 

Mas como é que isto funciona na prática? 

“A primeira coisa que um empreendedor deve fazer é entrar em contacto comigo ou diretamente com o Hub através dos contactos gerais que estão no site. E, a partir daí, eu vou avaliar, fazer um assessment daquilo que é a ideia, seja ainda uma ideia ou seja uma startup, que até já tem algum desenvolvimento. Vou perceber em que setor é que encaixa, se é uma ideia de projeto que é de um setor apenas ou se é intersectorial e vou, das duas uma, ou vou ajudá-lo diretamente a chegar aos programas que fazem sentido para aquela fase de desenvolvimento, ou seja, passar o contacto direto aos gestores dos programas, ou então se fizer sentido e se isto for algo mais exclusivo de um setor vou apresentá-lo diretamente, ou seja, vou fazer warm introductions aos representantes daquele setor do EIT”, explica a EIT Community Officer. 

Que tipo de programas existem? 

Há programas híbridos que ajudam os empreendedores a criar um plano de negócios para a sua ideia, nos quais o EIT fornece o financiamento para suportar todos os custos, como custos de viagens e hotel, para a parte presencial do programa. Existem ainda programas de matchmaking com investidores. “Nós vamos apresentá-los a investidores, mas investidores que já sabem para o que é que vão, ou seja, que já sabem o que é o projeto, que estão efetivamente interessados em ouvir e não a frio, como acontece hoje em dia, em que vamos para uma panóplia de investidores, mas se calhar vamos falar sobre energia e 90% daqueles investidores só investem em saúde. Fazemos isto de uma forma muito mais personalizada e mais próxima, porque temos uma rede grande europeia de investidores e de parceiros”, acrescenta Carolina Sampaio Dinis. 

Mas não é tudo. “Também existem programas para entrar em consórcios, fazer parte de consórcios europeus, ou seja, para ir buscar fundos do Horizonte Europa, por exemplo, e através do EIT é possível conhecer os parceiros certos para formar um consórcio e ter o nosso guidance nesse sentido. E depois existem também programas em que são basicamente pitches, ou seja, os empreendedores vêm fazer o pitch das suas ideias, são avaliados e são financiados tendo em base o seu pitch e o seu plano de negócios”, explica. 

Há ainda programas, como o Women Tech EU, que são específicos para projetos liderados por mulheres. Para além dos inúmeros programas, há ainda vários desafios específicos relacionados com as necessidades do panorama europeu, nos quais o EIT procura projetos que vão criar soluções para esses desafios. 

Como saber se o seu negócio pode ser ajudado: 

“Nós ajudamos todas as ideias, ou seja, estando as ideias numa fase de projeto, ou seja, em que nós basicamente só temos um powerpoint para explicar a nossa ideia, não temos mais nada, quer sejam empreendedores que já estão numa fase em que já têm, por exemplo, pilotos a correr no mercado, em que já têm um produto mínimo a correr, que já têm alguma experiência e alguns dados para mostrar, quer sejam startups que já estão muito mais maduras, que já estão estabelecidas e que querem fazer, por exemplo, uma internacionalização, que querem ir para outro mercado europeu”, frisa Carolina Sampaio Dinis.