O ano letivo de 2021/2022 já começa a ser planeado e aguardam-se novas medidas de combate à COVID-19. Nos próximos dias será divulgado o "Referencial Escolas" da Direção-Geral da Saúde (DGS) e da Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares (DGEstE), segundo o jornal "Correio da Manhã", no qual constarão as regras para o regresso às aulas. Por agora, há apenas algumas estratégias sugeridas por especialistas e responsáveis da área da Educação que têm em conta a vacinação dos mais jovens — como a manutenção das máscaras e mudanças nas regras de isolamento profilático.
"Face ao nível de vacinação, inclusive dos alunos com mais de 12 anos, e à consequente redução da perigosidade, a expectativa é de que, mesmo havendo casos positivos, estes não interfiram tanto na vida escolar", disse o vice-presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, David Sousa, ao jornal, que defende que as turmas não devem entrar em total isolamento profilático quando detetado um caso positivo. Isto porque, no ano passado, 9 mil alunos chegaram a entrar em isolamento, dificultando a aprendizagem dos estudantes.
O também diretor da Escola Secundária Gonçalo de Azevedo, em Cascais, refere que o próximo ano letivo tem de ser "com ensino presencial a 100 por cento, se não é uma tragédia", sugerindo, por isso, "alterações pontuais nos planos de contingência das escolas" e que, por outro lado, deve continuar a obrigatoriedade de "uso de máscara, higienização dos espaços, distanciamento e lavagem das mãos".
A mesma ideia é defendida por Manuel Gameiro da Silva, especialista em qualidade ambiental nos edifícios. "Retirar as máscaras, por exemplo, seria um erro e não olhar para a questão da qualidade do ar também", afirma ao "Diário de Notícias". Segundo o especialista, antes do regresso às aulas previsto para a semana de 14 a 17 de setembro, deveriam ser colocados nas escolas medidores da qualidade do ar e em vez de se usar apenas como estratégia as janelas e portas abertas — medida aplicada no ano passado — para prevenir os contágios do vírus que provoca a COVID-19.
Além das escolas, o especialista diz mesmo que este sistema deveria ser alargado aos transportes, outro local onde o contágio pode ser prevenido. "Os medidores de CO2 fazem sentido nas escolas e em qualquer edifício. Com a variante Delta, a qualidade do ar assume uma importância ainda maior", refere ao mesmo jornal.