Na Agrupamento de Escolas Cardoso Lopes, na Amadora, os alunos já não são impedidos de usar minissaias, tops e decotes, chinelos de enfiar no dedo, e calças descaídas. Pelo menos, já não existe o aviso à entrada do estabelecimento de ensino que indicava as regras de vestuário na escola, escreve o "Jornal de Notícias".

A situação foi denunciada esta quarta-feira, 15 de setembro, por Sónia Tavares, vocalista dos The Gift, através de uma publicação no Instagram que tornou-se viral. Na imagem, a cantora mostrava o cartaz que assinalava com uma cruz e um certo o que se podia ou não usar dentro do estabelecimento. Numa das normas do aviso para os alunos que iniciaram o ano letivo 2021/2022, pode ler-se: "Apresentar-se na escola com vestuário limpo, que evite expor partes do corpo, que possam atentar contra o pudor público".

A regra está contemplada no Regulamento Interno (RI) do agrupamento da Amadora que, de acordo com Alberto Santos, vice-presidente da Confederação Nacional de Associação de Pais, foi mal interpretado pela Direção da escola, disse ao "JN". "Soube que a Direção vai alterar o regulamento, mas este não indica qualquer tipo de vestuário que os alunos possam ou não usar e não entendo que seja necessário alterar", disse Alberto Santos, acrescentando que em causa está sim uma "má interpretação do RI" que tem como base a lei do Estatuto do Aluno.

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Esta lei estabelece que os alunos devem "apresentar-se com vestuário que se revele adequado, em função da idade, à dignidade do espaço e especificidade das atividades escolares".

Depois da onda de indignação que se gerou na publicação de Sónia Tavares — que alcançou mais de 10 mil gostos e mais de 900 comentários, entre eles "eu como encarregado de educação ia vestida como não se podia" e "isto é surreal! Mas que escolas são estas?" — a vocalista dos The Gift voltou a fazer uma publicação sobre o tema, desta vez sobre a remoção do cartaz. "Percebam que, o que vos define é o que vos está no coração. Respeitem o vosso corpo, aceitem-no com orgulho, mas não se esqueçam que a vossa liberdade acaba quando invadem a do próximo", pode ler-se.