Desde agosto de 2018 que os 36 drones comprados pelo Exército, e que tinham como objetivo ajudar na deteção de incêndios um pouco por todo o País, nunca chegaram a ser utilizados. Era essa a função prevista e que, há dois anos, serviu como pretexto para um investimento de quase seis milhões de euros, avança o "Jornal de Notícias".

No entanto, a verdade é que desde que foram comprados que os aparelhos continuam em stand-by sem que a Guarda Nacional Republicana (GNR), a Proteção Civil, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas ou o Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente alguma vez os tenham pedido.

Mas esses drones estão a ser utilizados, menos para o propósito que justificou a compra. Os aparelhos estão a ser "utilizados em operações militares, no apoio de missões de vigilância e reconhecimento, além do normal processo de formação e treino", segundo avançou fonte do exército ao mesmo jornal.

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E sabe-se agora que o governo de António Costa prevê investir mais quatro milhões e meio de euros na compra de mais 12 drones que ficarão nas mãos da força área mas não está previsto que venham a ser utilizados na estratégia anual de combate aos fogos para 2020.

A notícia surge numa altura em que se sabe que a Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da GNR tem apenas 11 drones, mais fracos do que os topo de gama. E três desses estão avariados e, portanto, impossibilitados de serem utilizados no terreno, avança o mesmo jornal.