
Sandra Felgueiras, jornalista da TVI, publicou este domingo, 22 de junho, uma declaração no seu Instagram onde expressa a sua opinião sobre a guerra entre os EUA e o Irão, que foi decretada no final do dia de sábado, 21, pelo presidente Donald Trump, e o caso entre os Anjos e Joana Marques - e a comparação parece não ter caído bem aos internautas. A jornalista, que apresenta o "Jornal Nacional", terá feito uma espécie de comparação entre os dois casos, dando a entender que ambos se opunham à liberdade.
"Descubra as semelhanças entre o ódio português e o ódio no mundo. A liberdade é o maior legado de qualquer democracia. Mas a liberdade tem limites. E são claros: termina onde começa o ódio. Quando o ódio se converte em palavras que podem gerar ações, violência e, no limite, conduzir ao terrorismo. O terrorismo é o ato de infligir o medo pela inexistência de limites ao ódio indiscriminado sobre civis. É a ausência de qualquer humanidade. É o vazio moral", começou por escrever.
"É por esta razão que se iniciam guerras de proporções inimagináveis como estamos a assistir com a entrada em cena dos Estados Unidos no conflito entre Israel e o Irão. A ameaça é a capacidade nuclear do regime liderado pelos Ayatollah. Esses líderes supremos que não são eleitos e declararam morte a Israel e aos Estados Unidos desde 1979. Esta declaração é uma declaração de ódio, como todas as declarações que ecoam entre neo-nazis", expressou, começando depois a falar sobre o caso entre Joana Marques e Nélson e Sérgio Rosado.
"Mas não só. Sei que fica bem dizer que o humor é uma arte que tem de ser respeitada porque, não aceitar este argumento, é por em causa a liberdade. Essa tão famigerada liberdade pela qual esta geração lutou imenso desde o ventre das suas mães. É tudo lindo quando não é connosco. Quando o discurso de ódio, travestido de neo-nazi, de ayatollah ou humorista, não nos toca a nós. Se a humorista fosse uma criança na escola, estaríamos todos a concordar que ela faz bullying. Ou seja, usa as palavras para atingir gratuitamente o outro. O que muda no caso dos Anjos? Eles não são crianças e são figuras públicas", escreveu.
"Esta dupla condição já ditou a vitória de Joana Marques em tribunal. Não, não foi crime. E sim, eles puseram-se a jeito. Ah! Desculpem. Imaginem que eu agora diria isto de uma mulher que foi violada porque estava de mini-saia em público? Não, não é comparável. Os atos são sempre diferenciados, mas a génese é a mesma: chama-se ódio. Não tem um propósito benéfico à sociedade como deve ter todo o jornalismo, nem de criar algo novo. São todos os humoristas assim? Claro que não! A maioria sabe que as palavras geram atos", finalizou Sandra Felgueiras.
Desta maneira, a jornalista da TVI tentou na sua reflexão lançar um alerta sobre os perigos do discurso de ódio, traçando uma comparação com a guerra recente dos EUA e o Irão. Ou seja, o que Sandra Felgueiras quer passar é que, quando as palavras deixam de ser apenas uma expressão dita e se tornam capazes de incentivar a violência física ou verbal, o equilíbrio democrático, neste caso a liberdade de cada pessoa, pode estar em risco. Mas "para quem não entendo as comparações e o cerne" da publicação da jornalista, esta explicou tudo nas suas stories.
"Sugiro que leiam textos de semiótica e lógica. A essência da comunicação está na forma, não no conteúdo. Exemplo: A provoca B - B reage e escala para C. Em síntese, o que importa é a forma. O conteúdo só define a proporção das consequências. Seja numa guerra militar ou de palavras. E sim, são ambas comparáveis. basta ler a teoria sobre os 3 atos que definem o ato de comunicar: locutório, ilocutório e perlocutório. Irão perceber que estou a falar de conceitos muito sérios e não a emitir uma opinião sem fundamento. E já agora: não tenho a mínima dúvida de que, neste caso, a humorista irá ganhar", disse.
"A questão é o percurso que tem feito, carregado de ataques pessoais. Isso é que nos deve levar a refletir. Herman José não é assim, Ricardo Araújo Pereira não é sempre assim, Bruno Nogueira tampouco. O humor é uma das melhores formas de inteligência, não pode é tornar-se numa perseguição a alvos inofensivos e apenas caricaturáveis pelo ridículo", finalizou Sandra Felgueiras.
No entanto, os internautas continuaram sem concordar com a opinião da jornalista. "Nem parece um texto seu", "Com todo o respeito, não posso concordar com o conteúdo deste post", "Que texto desprovido de tudo", "Afinal há sempre quem piore tudo", "Sandra, isto saiu-lhe mesmo ao lado", "A Sandra está mesmo a comparar uma piada com a guerra no Irão e crimes de violação?", "Um belo texto a retratar a ditadura", "Isto não é extremismo?", "Oremos, Sandra. Que encontre brevemente a noção" e "Que tristes comparações vindas de uma jornalista", são alguns dos mais de 500 comentários.