A Serra da Estrela continua a ser fortemente atacada pelas chamas, depois de um reacendimento do incêndio na manhã desta segunda-feira, 15 de agosto. Esta terça-feira, 16, pelas 7h30, havia mais de mil operacionais no terreno, apoiados por mais de três centenas de viaturas, segundo o site da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), de acordo com a RTP.

O fogo começou pela primeira vez a 6 de agosto na Covilhã (dominado apenas a 12 de agosto) e o reacendimento aconteceu desta vez em Vale de Amoreira, no concelho de Manteigas, distrito da Guarda, na Serra da Estrela. O incêndio ameaça agora os municípios de Manteigas, Covilhã e da Guarda, reativação que teve origem em "três ignições em simultâneo no Vale da Amoreira", "com expansão para os concelhos da Covilhã [distrito de Castelo Branco] e da Guarda", disse André Fernandes, comandante nacional de Proteção Civil, citado pelo "Público".

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O comandante descreveu na noite desta segunda-feira que o incêndio tem um "comportamento violento, em muitas áreas com uma intensidade elevada”, obrigando inclusive à evacuação de pessoas das aldeias que se encontravam na linha de fogo. Sabe-se ainda que algumas casas foram atingidas.

Os operacionais combatem no terreno desde o início da manhã desta terça-feira, mas as condições meteorológicas não são favoráveis à extinção do fogo. "Com o nascer do dia, o aumento do vento e também a temperatura, que já começa a fazer-se sentir a aumentar, vão fazer com que este incêndio volte a assumir algumas proporções", relatou no local o repórter da RTP Paulo Jerónimo.

O que já ardeu e os riscos iminentes

Esta terça-feira, 16, cerca de 80 concelhos do interior norte e centro e alto Alentejo — dos distritos de Vila Real, Bragança, Castelo Branco, Guarda, Portalegre, Coimbra, Leiria, Viseu e Santarém — estão em risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Apesar de o IPMA prever para esta terça-feira uma descida geral da temperatura máxima e "períodos de chuva no norte e centro", o "vento moderado a forte no litoral oeste e terras altas a partir da tarde" não torna favoráveis as condições propícias a incêndios nestes concelhos.

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Os incêndios têm sido um pesadelo para Portugal e para vários países atingidos por ondas de calor na Europa,  que atingiu um recorde de área ardida só este ano: mais de 660 mil hectares ardidos desde janeiro, segundo o "Observador". O cenário é assustador tanto para a Europa, dado que em 2022 foi ultrapassado o último valor mais alto, 420.913 hectares ardidos até 13 de agosto de 2017, como para Portugal, que se encontra em terceiro lugar nos países com maior área ardida.

Espanha lidera a lista de países cujo terreno florestal mais sofreu com os incêndios só este verão (246.278 hectares), segue-se a Roménia (150.528 hectares), depois Portugal (75.277 hectares) e França (61.289 hectares), de acordo com dados atualizados no domingo, 14, pelo Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).