Esta quarta-feira, 21 de agosto, faz precisamente uma semana que começaram os incêndios na Ilha da Madeira, e os bombeiros ainda não viram tréguas. Depois de as chamas terem deflagrado nas serras da Ribeira Brava, propagando-se no dia seguinte para o concelho de Câmara de Lobos e, posteriormente, para o município da Ponta do Sol e para o concelho de Santana, através do Pico Ruivo, a situação não está a ficar mais fácil, sendo que até ao momento já foram contados mais de cinco mil hectares ardidos, segundo os últimos dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, refere o “Público”.

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Agora, até às 11 horas desta quarta-feira, contam-se três frentes ativas deste incêndio, de acordo com o jornal “Diário de Notícias” - dois focos nas zonas altas da Ponta do Sol (Lombada) e outro na Cordilheira Central (agora apenas no Pico Ruivo, uma vez que o fogo em Curral das Freiras foi considerado extinto).

Este último, no Pico Ruivo, começou na noite de terça-feira, 20 de agosto, e foi pedido um novo reforço de mais 45 operacionais de Portugal continental, que deverá chegar durante esta quarta-feira, segundo o “Correio da Manhã”.

Fora este pedido, no terreno estão cerca de duas centenas de operacionais, incluindo membros da Força Especial de Proteção Civil, assim como algumas dezenas de viaturas. Também foi mobilizado um meio aéreo, mas António Nunes, presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, explicou que esta decisão terá de ser novamente avaliada.

"A operação dos meios aéreos a estas altitudes é bastante complexa. Não é uma coisa que se faça de forma linear. Nós temos que fazer uma avaliação e ver se os pilotos, se o helicóptero tem capacidade para o fazer, pois ventos àquela altitude são muito erráticos e nós não queremos ter mais um problema com a perda do helicóptero", disse, citado pelo "CM".

Durante esta última semana, mais de 200 pessoas foram retiradas das suas casas e realojadas em equipamentos públicos, avançou o site da “Renascença”, para prevenir futuros danos. No entanto, a grande maioria já regressou a casa, com exceção dos moradores das localidades de Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, e da Furna, na Ribeira Brava, que foram realojados apenas na segunda-feira, 19, à noite. 

Ainda assim, os municípios da Ponta do Sol, Câmara dos Lobos e Ribeira Brava, os primeiros a enfrentar estes incêndios, continuam com o seu plano de calamidade ativo, mas o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, garante que “não houve perda de nenhuma vida humana, não houve nenhum ferido” e “não houve nenhuma habitação destruída”.

O combate às chamas na Madeira tem sido gravemente dificultado pela estrutura do terreno da ilha, assim como pelo vento (que se encontra mais moderado) e pelas temperaturas elevadas, sendo que, segundo os dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a partir de sexta-feira, 23, há possibilidade de aguaceiros. Ainda assim, apesar da gravidade da situação, como disse o presidente do Governo Regional da Madeira, não há registo de destruição de habitações, mas sim de os incêndios terem chegado a alguns armazéns agrícolas, tubagens de rega para agricultura e algumas colmeias.