Foram escolhidas quatro passadeiras no centro de Lisboa para instalar os novos semáforos inclusivos e o processo começou esta quarta-feira, 21 de abril. Através do código ColorADD, que inclui símbolos adaptados à interpretação de pessoas daltónicas, estes peões vão saber com mais precisão quando podem avançar ou devem esperar para caminhar para o outro lado da estrada. Lisboa vai ser a primeira cidade do mundo a instalar a novidade, mas o objetivo é chegar também à Amadora, Loures, Porto, Madrid, e cidades da América Latina, avança o "Jornal de Notícias".

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Na prática, a luz vermelha dos semáforos será agora acompanhada de um primeiro triângulo e,  junto ao verde, estará um símbolo diagonal por cima de um outro triângulo— símbolos para daltónicos, de acordo com o código ColorADD criado pelo designer gráfico Miguel Neiva. Este sistema poderá ser encontrado no cruzamento da Avenida da República com a Avenida Duque de Ávila e em mais três ruas no centro de Lisboa.

Este é um passo na inclusão, mas também na segurança das pessoas daltónicas. "Uma pessoa que vê bem, vê o verde e arranca, enquanto que um daltónico pode demorar até 90 segundos para perceber que está verde através das posições dos semáforos. Em termos de segurança rodoviária, faz toda a diferença anular esses 90 segundos e é uma forma de tornar a cidade mais inclusiva", explica Francisca Ramalhosa, administradora da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL), ao mesmo jornal.

O novo sistema resulta de uma parceria entre a EMEL, a ColorADD e a fabricante de semáforos ETRA, que avançam, por agora, com o projeto piloto, mas está já a ser avaliado "se faz sentido expandir para o resto da cidade", acrescenta a administradora da EMEL. A empresa pretende ainda "instalar as luzes led nos semáforos para condutores", processo que dependerá de "autorizações e certificações".

O código ColorADD já está presente em Portugal noutros locais, como nos parques da EMEL, no metro do Porto e nos hospitais de São João e dos Capuchos.