Nem sempre a Terra teve o aspeto que tem hoje. Aliás, se recuarmos uns valentes milhões no tempo, vemos continentes e oceanos distribuídos de forma absolutamente diferente. Não havia Europa, não havia Ásia, não havia Atlântico, Pacífico ou Índico.
As nossas morada — aquelas gavetinhas minúsculas em que todas as noites dormimos — nem sempre tiveram as mesmas coordenadas. A gigantesca viagem que elas fizeram está visível no Ancient Earth, um mapa digital interativo que mostra a evolução da Terra, a partir do endereço que colocar no motor de busca, desde há 750 milhões de anos — altura que corresponde ao Criogénico, em que se crê que glaciares cobriam toda a área da Terra, no decorrer da maior era do gelo (altura em que podem ter aparecido diferentes tipos de organismos pela primeira vez, como a alga verde.)
Terá sido a partir daqui que a grande massa principal em que a Terra se encontrava reunida (os chamados supercontinentes) se começou a dividir. As forças internas da Terra, que fazem mexer as placas tectónicas, moveram-se e desfizeram-se numa espécie de puzzle, dando origem à composição que hoje compõe o globo — aquela que, não estando visível aos nossos olhos, também não é estanque e está sempre a mudar.
O projeto, que para cada data fornece informação sobre a geografia e história do planeta, nasce da colaboração entre o engenheiro da Google Ian Webster e C.R Scotese, o criador do Paleomap Project, cujo objetivo é mostrar a evolução das placas tectónicas e a distribuição dos mares e da terra nos último 1100 milhões de anos.