A deputada Mariana Mortágua anunciou esta segunda-feira, 27 de fevereiro, que irá concorrer à liderança do Bloco de Esquerda (BE). A candidatura acontece duas semanas depois de Catarina Martins, a coordenadora do partido, ter revelado que iria deixar o cargo na próxima Convenção Nacional, marcada para o fim do mês de maio.
"Sou candidata à coordenação do Bloco de Esquerda", disse a deputada numa conferência de imprensa, citada pelo "Diário de Notícias". Mariana Mortágua ainda apresentou uma moção que será subscrita por cerca de 1.300 bloquistas. "Repondo que sim porque quero fazer todas as lutas, as que enchem e dão significado à democracia", afirmou.
Ainda acusou o partido de António Costa de ter pretendido o "poder absoluto para deixar o País condenado ao desrespeito pela educação e pela saúde, consumido por quem especula com os preços, corroído pela corrupção e pela facilidade milionária dos favores". Isto é, "para responder à maioria absoluta, a este ciclo de empobrecimento e de desigualdades e para afirmar uma alternativa de esquerda que traga um horizonte de esperança ao país", rematou, citada pela mesma publicação.
De seguida, aferiu que estava a contar com "todos os militantes do Bloco e com a próxima direção do BE para fazer as políticas que contam". "Queremos um País justo, de respeito por todas as pessoas sem exceção. É por isso que lutamos", continuou, acrescentando que será "o primeiro nome de uma lista candidata à direção" do partido.
Depois, no seu discurso, frisou que contava com Catarina Martins no futuro do partido – e esta teceu elogios à candidatura da sua possível sucessora. "Não há quem duvide da preparação, capacidade de trabalho e competência da Mariana. Sei que agora provará ao país o que eu já conheço tão bem: a generosidade e entrega em cada um dos combates por um país mais justo. Força, Mariana Mortágua", comentou a atual coordenadora do partido.
Trata-se do fim de uma era deste partido de esquerda, já que Catarina Martins esteve, ao longo de uma década, à frente do mesmo. Aquando do anúncio de que não voltaria a candidatar-se, a atual coordenadora do BE admitiu ter atravessado "derrotas e vitórias", como a de 2015, ano em que o Bloco de Esquerda, juntamente com o PCP, se uniu ao PS para formar a "geringonça". "Pusemos a direita fora do governo", salientou, em conferência de imprensa.