Um menino de 9 anos foi barrado à porta das urgências pediátricas do hospital das Caldas da Rainha este domingo, 18 de agosto, depois de ter tentado entrar na unidade com o pai. A criança, segundo o jornal “Correio da Manhã”, apresentava fortes dores abdominais e vómitos, tendo esperado por assistência no parque de estacionamento do hospital depois de lhe ter sido negada a entrada.
Quem ajudou o menor foram os bombeiros das Caldas da Rainha, que atenderam ao pedido de ajuda do pai depois deste ter ligado para o 112 quando não o deixaram entrar. Com a ajuda dos bombeiros, a criança de 9 anos acabou por entrar na urgência hospitalar e foi admitida para a triagem, sendo socorrida pouco tempo depois.
Esta já não é a primeira vez que, alegadamente, o Hospital das Caldas da Rainha nega o atendimento a um utente, uma vez que uma grávida de 31 anos passou pelo mesmo no passado dia 5 de agosto. Ao que tudo indica, de acordo com a SIC Notícias, a mulher sofreu um aborto espontâneo e dirigiu-se à unidade hospitalar, mas percebeu que esta estava fechada quando ninguém a atendeu. No entanto, há duas versões da história: enquanto que os bombeiros afirmam que o hospital queria encaminhar a grávida para Coimbra, a unidade garante que, assim que soube do caso pelo 112, prontificou-se a ajudar.
O que se passa com as urgências nacionais?
Este constrangimento advém da onda de urgências fechadas que está a atingir Portugal, especialmente nas áreas de Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia. O grande motivo é a falta de médicos para ser possível preencher as escalas de trabalho, uma vez que o verão começou e, com profissionais a irem de férias, não há pessoal suficiente. As grandes consequências são os longos períodos de espera nos hospitais, sendo que algumas unidades de urgência chegam mesmo a encerrar.
A região mais afetada é a da Grande Lisboa, que teve, no fim de semana que passou, mais de uma dezena de urgências fechadas. Nesta segunda-feira, 19 de agosto, só na capital portuguesa estão quatro urgências fechadas, sendo elas os serviços de Pediatria e Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, e os serviços de Obstetrícia e Ginecologia tanto do Hospital de Santarém como do Hospital Dr. Manoel Constâncio, em Abrantes. No sul do País, a única urgência fechada é de Obstetrícia no Hospital de Portimão.
No entanto, apesar de não estarem fechadas, várias unidades de urgência estão condicionadas, o que quer dizer que os seus serviços estão reservados às urgências internas e aos casos referenciados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) ou pela linha SNS 24. É possível verificar quais são essas urgências através do mapa interativo criado pelo SNS, que pode ser consultado aqui.