Mais de 2,5 milhões de portugueses instalaram a aplicação StayAway Covid nos seus telemóveis, mas foram muito poucos os que, tendo testado positivo, receberam um código para inserir na aplicação e, assim, alertar todos os que estivessem em maior  risco de ter contraído a doença.

De acordo com o "Jornal de Notícias", das 232 mil pessoas infetadas, apenas 1.955 utilizou a aplicação — ou seja, 0,8% dos infetados. Em causa parece estar o facto de a esmagadora maioria das pessoas não terem recebido uma senha para poder inserir na aplicação e, assim, notificar os contactos em maior risco.

Apesar de o SNS24 ter feito mais de 750 chamadas com base nas notificações da app,  a linha não fornece os códigos aos doentes — têm de ser os médicos a atribui-los. É isso que reporta a "Visão", que falou com várias pessoas infetadas a quem isto sucedeu: "Estes contactos  [com o SNS24] servem para monitorizar a evolução do estado clínico dos utentes; não contemplam a possibilidade de cedência do referido código. Essa responsabilidade cabe aos médicos, como lhe explicaram os profissionais da linha telefónica do Ministério da Saúde, seguindo as orientações vigentes."

A mesma revista relata casos em que a senha chegou várias semanas após o teste positivo. “Se o número de códigos fornecidos pelo Sistema Nacional de Saúde continuar tão baixo, o impacto da app manter-se-á muito limitado”, disse à "Visão" Rui Oliveira, Administrador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), responsável pelo desenvolvimento da Stayaway Covid.