No Dia Internacional da Mulher, que se assinala esta terça-feira, 8 de março, os dados da Pordata dão conta de que a desigualdade salarial entre homens e mulheres aumentou pelo segundo ano consecutivo, registando-se uma subida de 10,9% em 2019 para 11,4% em 2020.
Há também mais mulheres do que homens a viver sozinhas com os filhos e quase nove em cada dez famílias monoparentais têm como único adulto a mulher, avança o "Jornal de Notícias". Apesar das diferenças salariais, os dados dão conta de que a presença de mulheres no mercado de trabalho cresceu.
Atualmente, diz a Pordata, "as mulheres já superam os homens em algumas profissões", como medicina, advocacia, magistratura, ou investigação, onde as mulheres representam 42% do total de investigadores, lê-se na notícia avançada pelo mesmo jornal.
Analisando os dados relativos à União Europeia (UE), as maiores diferenças salariais entre homens e mulheres observam-se na Letónia (22,3%), seguida da Estónia (21,1%), Áustria (18,9%) e Alemanha (18,3%), enquanto o fosso menor verifica-se no Luxemburgo (0,7%), que é seguido pela Roménia (2,4%), Eslovénia (3,1%) e Itália (4,2%), escreve o jornal "ECO".
Portuguesas com menos anos de vida saudável
Neste Dia Internacional da Mulher, a Pordata comparou ainda outras tendências. No que diz respeito à esperança média de vida, as mulheres ultrapassam os homens, mas quando o que é comparado são os anos de vida saudável, a desvantagem inverte-se.
Segundo os dados da Pordata, a esperança de vida com saúde de uma mulher em Portugal é de 57,8 anos. Já a dos homens é de 60,6 anos, avança o jornal "Público". "Este é um dado que me inquieta", diz Luísa Loura, diretora da Pordata, comparando a situação de Portugal com a de outros países da UE.
A Estónia (com 57,7 anos), a Eslováquia (56,3), a Finlândia (54,8) e a Letónia (54,1) são os únicos quatro países dos 27 da UE onde as mulheres têm expectativas abaixo das de Portugal, avança o mesmo jornal, referindo ainda que em Espanha e na Irlanda, a esperança de vida saudável (à nascença) é de mais de 70 anos; na Itália e na Bulgária está acima dos 68 anos, e na Alemanha acima dos 67 anos.
Na opinião de Luísa Loura, estes dados e a realidade do emprego feminino em Portugal estão, muito provavelmente, "interligados". Para a professora universitária da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o emprego a tempo parcial, que já se pratica em muito noutros países, podia ser uma mais valia.