Em ano de pandemia, tornou-se claro que a geração jovem, apesar de ser a mais qualificada, é a que tem mais dificuldades em aceder ao mercado de trabalho.
Entre o primeiro trimestre de 2020 e o primeiro de 2021, o crescimento da taxa de desemprego entre os jovens até aos 24 anos foi de 22,3% e de 24,7% até aos 34 anos — números quatro vezes superiores ao aumento da taxa de desemprego total que foi de 5,9%, avança esta segunda-feira, 5 de julho, o "Jornal de Notícias". Desde o início da pandemia, há menos 100 mil jovens empregados e o número de inativos é já de 261 mil.
De acordo com Maria Manuel Vieira, coordenadora do Observatório Permanente da Juventude do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, "a acentuada precarização das condições sociais e laborais dos jovens é um fenómeno estruturante da condição juvenil atual e que tem vindo a dificultar o acesso a outras fases da vida", cita o diário.
Em 2020, Portugal era já o quarto País com maior percentagem de jovens com contratos de trabalho temporários — 43,7%, escreve o "JN" —, o que fez com que, durante a pandemia, a taxa de desemprego aumentasse bastante uma vez que muitos viram os contratos não serem renovados. Além disso, mesmo os jovens que conseguem um contrato de trabalho têm um rendimento mensal muito baixo quando comparado com outras faixas etárias, mostram os dados cedidos pela Instituto Nacional de Estatística à mesma publicação.
Enquanto que até aos 24 anos, um trabalhador ganha, em média, 678 euros, os trabalhadores com mais de 65 anos têm um rendimento médio mensal de 1.141 euros. Face à situação atual, o governo está a preparar o reforço dos apoios à contratação, escreve o mesmo jornal.