O plano A do Ministério da Educação é este: no ano letivo de 20/21 as aulas vão arrancar em setembro, em regime presencial a todos os níveis, com "datas a anunciar brevemente". No entanto, de acordo com o mesmo ministério, estão a ser organizadas respostas a "diferentes cenários", de acordo com a evolução da pandemia em Portugal, conta o"Jornal de Notícias".

"O objetivo primário é de que o próximo ano letivo possa acontecer presencialmente em todos os níveis de ensino. Sabendo-se que o regime presencial é o que mais minimiza as desigualdades sociais, o próximo ano letivo terá nas estratégias de recuperação das aprendizagens um dos principais pilares", diz o Ministério da Educação ao mesmo jornal.

Apesar de o plano passar por retomar as aulas em setembro, a Federação Nacional de Educação exige que seja reconhecido o direito dos professores a férias. Sendo que há educadores a trabalhar nos exames nacionais em setembro, isso implicará que as aulas só recomecem em outubro. 

João Dias da Silva, da FNE, propõe grupos até 15 alunos por sala, o que poderá, segundo o seu ponto de vista, determinar que parte do ensine continue a acontecer à distância.

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"Tem de se dar um voto de confiança aos diretores para encontrarem as soluções. Só poderemos ter entre 15 e 20 alunos por sala e o problema está nos centros urbanos, onde o risco de contágio é maior e as escolas estão a abarrotar. Não temos os recursos humanos e logísticos para os desdobramentos", diz David Justino, sociólogo e ex-presidente do Conselho Nacional de Educação.

Segundo o mesmo, a contratação de mais professores será essencial para conseguir responder a este potencial aumento de turmas, relacionado com o limite de alunos por sala. Ainda assim, vai também em linha com o que diz João Dias da Silva, acreditando que parte do ensino deverá acontecer à distância. 

Eduardo Lemos, presidente do Conselho de Escolas, considera que é preciso dar atenção aos alunos do secundário, reforçando a carga horária co mais uma hora semanal, nas "disciplinas que estão sujeitas a exame nacional" — considerando ainda que se realizem os exames "com vários itens à escolha dos alunos".

Vários professores chamam também a atenção para a importância de estratégias para o 1.º ciclo, para quem é importante manter as aulas presenciais a semana toda, assim como "atacar as aprendizagens com professores de apoio em sala de aula", diz Filinto Lima, citado pelo "JN", presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas.