Iggy Azalea, Melanie C (ex-Spice Girl), Ludmilla e Blaya são alguns dos nomes confirmados para a primeira edição do LGBT+ Music Festival, que se realiza no Porto, já nos dias 1, 2 e 3 de julho. Trata-se de um festival de música pop, que se apresenta como uma espaço seguro para todos os membros e simpatizantes da comunidade LGBT+.

Como explicar a importância da bandeira LGBT em meia dúzia de parágrafos
Como explicar a importância da bandeira LGBT em meia dúzia de parágrafos
Ver artigo

Bom comida, boa música e um "festival pop de todos e para todos". Tudo isto com o rio Douro como pano de fundo, já que a Alfândega do Porto foi o espaço eleito para o evento. É o que pode esperar do primeiro festival de música LGBT+ do mundo, criado por uma equipa nacional, com o apoio da promotora Apollon.

Até à data, para além dos nomes supracitados, já se sabe que o LGBT+ Music Festival receberá atuações de Todrick Hall, Jax Jones, Little Boots, Jodie Harsh, Peaches, Bimini Bon Boulash, Eliza Legzdina, Sammy Jo e The Illustrious Blacks.

No entanto, em entrevista à MAGG, Pedro Abelha, diretor de comunicação e marketing do projeto, deixa claro que o cartaz pretende espelhar os ideais de diversidade e inclusão pelas quais o evento se rege. Há muitos mais nomes por anunciar, "alguns até melhores do que os que já são conhecidos", que se vão espalhar pelos quatro palcos do festival, que tem capacidade para 35 mil pessoas.

A ideia é criar várias ações espalhadas pelo Porto, para que as pessoas não fiquem todas concentradas no mesmo local. "Queremos que toda a cidade tenha atividade. Desde segmentos do evento em vários horários a festas em barcos, há imensa coisa a acontecer em simultâneo ao longo das 72 horas do festival", esclarece, com a ressalva de que todo o conceito teve por base um trio de profissionais: o próprio, Pedro Abelha, Marco Azevedo e Diogo Silva.

Porquê no Porto?

Errado. A questão que se coloca é: porque não no Porto? "Será na Alfândega do Porto, porque foi a cidade que nos deu as condições mais exequíveis para arrancar rapidamente com o festival. Já para não falar de que o Porto tem tudo aquilo de que precisamos para tornar o conceito global", explica Pedro Abelha. "Para albergar um festival desta magnitude, tinha de ter todas as condições para proporcionar experiência — e tem".

Free Now cria plano de formação pelos direitos LGBTI+ para mais de 3 mil motoristas
Free Now cria plano de formação pelos direitos LGBTI+ para mais de 3 mil motoristas
Ver artigo

A  organização explica que a ideia é que o festival transborde para fora das fronteiras do recinto e já se sabe que a Casa da Música e o Hard Club também estarão envolvidos. Neste sentido, o responsável pelo festival explica que não há uma zona destinada a acampamento, mas o público poderá optar pelo passe que conta com a opção de estadia dentro de um leque de apartamentos que o festival disponibiliza. 

"Temos um acordo com vários hotéis, que conta com cerca de 1400 quartos, que vamos disponibilizar para quem quiser comprar bilhete + hotel no nosso site", explica.

E porquê estadia? É simples: o LGBT+ Music Festival terá a duração de três dias, 1, 2 e 3 de julho, e só serão vendidos passes gerais. Ou seja, não há acessos diários, todos os bilhetes dão acesso aos três dias de festival, com ou sem estadia.

A organização prevê que os bilhetes fiquem disponíveis já dentro dos próximos dias, a partir de 119 euros, mas já é possível realizar a pré-reserva e garantir um lugar na fila de espera através do site oficial do evento.

No que à campanha de promoção do evento diz respeito, que conta com nomes como Melanie Vicente ou a dragqueen Sylvia Koonz, a organização esclarece que só trabalha com artistas que já tenham expressado empatia e amizade face à comunidade. "Nunca vai acontecer um artista querer promover-se na comunidade através do nosso festival, já tem que ter exposto um conjunto de valores compatíveis ao longo da sua carreira. Ou são mesmo da comunidade, publicamente assumidos, ou são publicamente amigos e apoiantes".

Em revelação ao vídeo de apresentação, o festival revela que procurou dar palco a seis histórias reais. "Convidámos pessoas normais, cada um com uma história de vida para contar. Cada um transporta consigo uma imagem diferente de integração e transformação. Todos passaram por todo um processo de aceitação tanto pessoal como da sociedade e agora são o que são. Quisemos mostrar aquela que é a realidade da comunidade e, para isso, nem fazia sentido contratar atores, por exemplo".

Vem aí um novo festival alusivo à comunidade africana

O LGBT+ Music Festival terá lugar na primeira semana de julho, mas a mesma organização está a trabalhar em simultâneo num outro festival, também no Porto, exatamente no mesmo recinto. Trata-se de um festival alusivo à comunidade africana, com o apoio do canal Trace. Chama-se Trace Made in Africa e terá lugar na semana anterior ao LGBT+ Music Festival, entre 24 e 26 de julho.

Os bilhetes já estão disponíveis no site oficial, também a partir de 119 euros. Do cartaz fazem parte nomes como Tiwa Savage, Adekunle Gold, Yemi Alade, Fireboy DML, entre outros.