Um estudo feito pela Universidade de Washigton e publicado pela revista "The Lancet" revela agora as projeções de esperança média de vida de 195 países para 2040. Daqui a pouco mais de duas décadas as principais causas de mortalidade serão as doenças não transmissíveis (como doenças cardíacas, derrame cerebral, Alzheimer e cancro do pulmão), os acidentes de viação e a poluição do ar.
Este trabalho que, segundo a revista científica, não tem precedentes, fornece um modelo estatístico robusto, mais abrangente e detalhado relativamente a fatores de risco e doenças. Os investigadores produziram previsões e cenários alternativos que influenciam a mortalidade e esperança média de vida, incluindo 250 causas de morte possíveis, entre as quais o tabagismo, o excesso de massa gorda no índice de massa corporal, a falta de saneamento e a diminuição da água potável.
De acordo com o estudo, Espanha será o país onde as pessoas terão maior longevidade, em média 85.8 anos, seguido pelo Japão (85.7), Singapura (85.4), Suíça (85.2). Portugal surge em quinto lugar, com uma de média 84. 5 anos, o que representa um aumento da esperança média de vida de quase 4 anos relativamente ao valor de 2017.
A dieta e hábitos praticados pelo país podem justificar muito a posição no ranking, uma vez que a obesidade, o tabagismo e alcoolismo continuam a ser ameaças à saúde pública das nações mais desenvolvidas, diz a investigação.
Por outro lado, “um número considerável de nações continuarão a ter um PIB per capita relativamente baixo, permanecerão com baixo nível educacional e morrerão prematuramente”, explicou Christopher Murray, diretor do Instituto de Medição e Avaliação de Saúde (IHME), da Universidade de Washington. Lesoto (57.3 anos), República Centro Africana (58.4 anos) e Zimbábue (61.3 anos) são os países com perspetivas mais baixas sendo a principal causa para esta previsão "a dieta pobre em nutrientes” nesses países.
Os investigadores confirmam que a expectativa de vida, de forma geral, deverá aumentar em todo o mundo, sobretudo com políticas que incentivem a diminuição do tabagismo, promovam o suprimento de água potável, ajudem a reduzir a obesidade e controlem a poluição do ar.
“O futuro da saúde mundial não é obviamente predeterminado, e há uma ampla gama de trajetórias plausíveis", disse Kyle Foreman, outro diretor da IHME e principal autor do estudo. “O progresso ou estagnação significativa [da esperança média de vida], depende de quão bem ou mal os sistemas de saúde abordarem os principais fatores que ameaçam ou influenciam a nossa saúde."