Portugal está fora da lista verde do Reino Unido que, até aqui, permitia que quem viajasse até Portugal não precisasse de cumprir dez dias de isolamento após o regresso. Depois de a notícia ter começado a circulado na imprensa britânica, a informação foi confirmada esta quinta-feira, 3 de junho, por Grant Schapps, ministro dos Transportes do Reino Unido, que descreveu a alteração como uma "medida de segurança".

Apesar de falar numa "decisão difícil de tomar", o ministro referiu duas razões principais. "Uma é a taxa de positividade [que] quase duplicou desde a última revisão em Portugal, e outra é que há uma espécie de mutação do Nepal da chamada variante indiana que foi detetada e [sobre a qual] simplesmente não sabemos o potencial que pode ter para resistir à vacina", explicou, segundo cita a SIC.

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Ainda que anunciada esta quinta-feira, a medida só entrará em vigor a partir da próxima terça-feira, 8. Os cidadãos britânicos que já se encontrem em Portugal e cujo regresso ao Reino Unido esteja previsto para depois de 8 de junho estarão, automaticamente, obrigados a um período de isolamento profilático na chegada.

Assim, Portugal passa assim a estar na lista amarela, ou âmbar, do Reino Unido, numa decisão "cuja lógica não se alcança", segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros. "Tomamos nota da decisão britânica de retirar Portugal da lista verdade de viagens, uma decisão cuja lógica não se alcança. Portugal continua a realizar o seu plano de desconfinamento, prudente e gradual, com regras claras para a segurança dos que aqui residem ou nos visitam", lê-se na nota partilhada na página oficial de Twitter do ministério.

A passagem para a lista amarela implica, além do isolamento obrigatório, a realização de dois testes de despiste PCR pelos cidadãos regressados de Portual — ao segundo e ao oitavo dia de permanência no Reino Unido. Deste grupo fazem também parte países como Grécia, França e Espanha.

O impacto da medida já se sente nas reservas para o Algarve

A retirada de Portugal da lista verde inclui também os arquipélagos da Madeira e Açores. Uma das regiões mais afetadas pela decisão será a do Algarve. "O impacto nas reservas, sobretudo no Algarve, será gigantesco numa fase em que as empresas se preparavam para um aumento da procura turística com reforço da oferta e de recursos humanos", diz Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal, à RTP.

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"A retoma que se iniciou nas últimas semanas com a chegada dos turistas ingleses vai ser abruptamente interrompida durante, pelo menos, três semanas", uma vez que os cidadãos britânicos terão ou de voltar mais cedo para o Reino Unido caso já estejam em Portugal; ou cancelar as reservas feitas para o verão para evitar o isolamento obrigatório de dez dias.

Falando numa decisão "tremendamente injusta", João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, diz que assim que foi conhecida a decisão britânica, "começou logo a registar-se uma quebra no contacto para novas reservas" e uma "redução das reservas para as próximas semanas", em declarações ao "SAPO 24".

A medida será revista daqui a três semanas.