61% dos portugueses está de acordo com a vacinação das crianças contra a COVID-19. Pelo menos, é esta a conclusão da sondagem da Aximage feita para o "Diário de Notícias", "Jornal de Notícias" e TSF. Mais: a mesma taxa de inquiridos diz que a vacinação entre as crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 11 anos deve ser feita o mais rapidamente possível, tal como escreve o "Diário de Notícias".

A sondagem da Aximage — realizada entre 9 e 13 de dezembro, depois de a Direção-Geral da Saúde ter aprovado a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos — mostra ainda que apenas um em cada cinco portugueses resiste à ideia de que é preciso vacinar rapidamente os mais pequenos, contra seis em cada dez que estão de acordo com a vacina e com a urgência de a aplicar, escreve o "DN".

Crianças podem ser vacinadas desde que esteja presente um dos pais. E se o outro não concordar?
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Em entrevista à MAGG esta quarta-feira, 15, Manuel Ferreira de Magalhães, pediatra no Hospital Lusíadas e no Centro Materno Infantil do Norte, fez questão de frisar que os benefícios de vacinar as crianças "são claros". Segundo o especialista, cabe ao médico explicar objetivamente os dados que se possui atualmente, "quais os grandes benefícios de fazer a vacina, quais os riscos reduzidíssimos e quase inexistentes associados a realizar esta mesma vacina" e, ao mesmo tempo, dizer qual é o risco de não vacinar.

Questionado pela MAGG sobre qual o risco de não vacinar, o pediatra responde: "30 crianças dos 5 aos 11 anos internadas em unidade de cuidados intensivos devido a infeção pelo SARS-CoV-2. São mais de duas por mês e isso é muito", referindo que nos EUA, onde já foram vacinadas cerca de 5 milhões de crianças, existiram zero internamentos em cuidados intensivos e os efeitos secundários da vacina não existiram.

As medidas restritivas vão manter-se para lá de 9 de janeiro

O tema da vacinação das crianças continua numa fase em que António Costa fez saber, esta quinta-feira, 16, chegado à reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, que as projeções indicam que a variante Ómicron "se vai tornar dominante provavelmente no mês de Janeiro" e, por isso, as medidas restritivas para o controlo da pandemia da COVID-19 em Portugal, incluindo nas fronteiras, vão prolongar-se para lá de 9 de janeiro.

"Devemos prever que, a partir de 9 de janeiro, vamos ter de manter as medidas de controlo das fronteiras. Esta nova variante está-se a difundir muito intensamente na Europa, e também em Portugal, e portanto naturalmente não vamos poder desarmar. Vamos ter de manter [as medidas de controlo nas fronteiras] ou até mesmo reforçar, se for necessário", anunciou o primeiro-ministro, citado pelo jornal "Público" .

Aos portugueses, António Costa deixou ainda o apelo de que se cumpra todas as medidas de autoproteção e que se aposte em força na testagem. "A testagem é absolutamente essencial, e o controlo de fronteiras é absolutamente essencial. Vamos manter a obrigatoriedade de testes para entrar em Portugal, nisso não podemos transigir", disse.