No primeiro dia de julho o governo lançou como medida para reforçar o "controlo da pandemia COVID -19" a comparticipação a 100% de testes rápidos. Entretanto, a partir deste sábado, 10 de julho, passou a vigorar a obrigação de, nos concelhos de risco muito elevado, apresentar teste negativo à COVID-19 antes de entrar nos restaurantes aos fins de semana e nos hotéis todos os dias da semana. Esta nova diretiva fez aumentar a procura por testes grátis antes do fim de semana, altura em que há uma maior afluência a restaurantes e se fazem escapadinhas. O problema é que as vagas escasseiam nas farmácias.

"As vagas de quinta, sexta e sábados desaparecem num instante", afirmou Nuno Machado, farmacêutico do Grupo Holon, ao "Jornal de Notícias". O farmacêutico aponta ainda que o problema não são é apenas a testagem massiva que veio sobrecarregar as farmácias, é o facto de a isto se juntar o período de férias dos trabalhadores e o trabalho normal de uma farmácia.

Cafés e pastelarias não precisam de exigir teste ou certificado à entrada
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Cada utente apenas poder fazer até quatro testes gratuito por mês, número que, após ultrapassado, terá como alternativas para garantir um teste negativo antes de ir a um restaurante, por exemplo, um autoteste (desde 2,79 euros), o teste rápido e não gratuito (entre 20 e 25€) ou teste PCR (até 100€). No caso dos autotestes, a procura também disparou no último fim de semana. Só a Wells, do grupo Sonae, vendeu mais de 77.000 unidades, disse em comunicado, segundo o "ECO Sapo".

De acordo com a plataforma do Infarmed que apresenta a lista de farmácias aderentes, há um total de 201 farmácias a realizar testes gratuitos das mais de 2500 que existem no País, número insuficiente para a procura de cada município.

A razão para menos de um quarto das farmácias aderirem à medida do governo é simples: as farmácias recebem apenas 10€ por cada teste feito aos utentes. Segundo Cláudia Cunha da Mota, farmacêutica coordenadora do grupo Sofarma, o valor não compensa "o trabalho para realização dos testes, o custo com os kits e o material de proteção e a logística associada ao agendamento, às declarações e ao reporte de resultados", diz ao mesmo jornal.

A marcação de testes pode ser realizada por contacto telefónico ou e-mail dos contactos descrito na lista de farmácias aderentes e, no caso dos habitantes de Lisboa, o agendamento pode ser feito online.