Um professor de Educação Moral que acompanhava um grupo de alunos numa visita de estudo, em que houve a necessidade de ficarem a dormir num hotel, foi, à noite, ao quarto de duas estudantes do 9.º ano, de 14 anos, e perguntou-lhes se já tinham "feito um broche", usando estas mesmas palavras, releva o "Correio da Manhã" deste domingo, 8 de outubro. As alunas são uma escola do concelho da Trofa, no Porto, que fizeram queixa do professor por se terem sentido muito desconfortáveis. O homem foi alvo de um processo disciplinar, tendo recebido uma repreensão escrita.
O homem não é professor das duas alunas, mas foi o responsável pela vigilância dos estudantes numa visita de estudo a Lisboa. O episódio terá acontecido no quarto de hotel das raparigas na noite de 25 para 26 de fevereiro. As alunas apresentaram queixa à GNR.
O professor foi ao quarto das alunas três vezes pedir-lhes para fazerem menos barulho e, à terceira, sentou-se numa das camas e inspecionou as bebidas e a comida que tinham nas mochilas, estando no local durante uma hora e meia, segundo o relatório final do processo disciplinar. Depois de ver a fotografia de um rapaz no telemóvel de uma das estudantes perguntou-lhe quem era e esta disse que era o seu namorado.
“Mas o que é namorar para vocês? Namoras só para sexo ou porque gostas dele?”, perguntou o professor. Uma das alunas quis saber o que era perder a virgindade, ao que o homem respondeu que para alguns era a prática de “sexo vaginal” e para outros era “qualquer tipo de atividade sexual”.
A outra aluna também perguntou se “apanhar no cu” era perder a virgindade, tendo o professor explicado que a isso chama-se sexo anal. “Já fizeram sexo?”, perguntou às menores. Além disso, ainda afirmou que “hoje em dia é prática quase banal as raparigas andarem a chupar os pénis aos rapazes”.
O relatório afirma que o docente “exerceu de forma negligente as suas funções” e que “violou os seus deveres de zelo, lealdade e correção”. Além disso, o professor “sabia que não havia qualquer justificação para permanecer no quarto das alunas, mantendo conversas em que foram usadas expressões que não se enquadravam nas funções de vigilância. Usar as expressões, afirmações e perguntas desadequadas e impróprias sobre sexo viola os seus deveres de vigilância e de professor”.
O caso foi remetido para o DIAP (Departamento de Investigação e Ação Penal) de Cascais, onde fica o hotel, para ser investigado. Os pais das alunas consideram “inaceitável” que o homem continue a ser professor da disciplina na mesma escola e de outros alunos, avança o “Correio da Manhã”.