Não se sabe ao certo quantas pessoas habitam a propriedade do autodenominado Reino do Pineal, uma seita em Oliveira do Hospital, sediada num terreno comprado pelo jogador de futebol dinamarquês Pione Sisto. Contudo, há uma portuguesa, Cátia Guerreiro, que lá vive com a filha de 7 meses e que, agora, foi posta na Justiça pelos próprios pais, que querem a guarda da neta, de acordo com a "Visão".

Cátia Guerreiro integrou a seita há três anos, em plena pandemia, alegando que acredita no modo de vida pelo qual esta é conhecida, alicerçado em valores de comunhão com a natureza e distanciamento de meios tecnológicos. Lá conheceu o companheiro e, sob a regras da comunidade, engravidou, nunca tendo sido acompanhada até dar à luz, a 7 de dezembro de 2022.

Depois de saberem que uma criança de 14 meses teria morrido no Reino Pineal, em abril de 2022, e da subsequente investigação do Ministério Público, Aurora e Manuel Guerreiro, os pais de Cátia, estão a tentar de tudo para tirar a filha, e sobretudo a neta, desta seita. Isto porque, a par de desconfiarem de que a bebé não tenha sido vacinada ou vista por um médico, segundo a SIC Notícias, todas as crianças que nascem na comunidade não são registadas – pelo menos, nos moldes habituais.

A filha de Cátia Guerreiro não foi exceção e um dos passos que os avós tomaram incidiu sobre o registo da neta, à revelia da filha. Manuel e Aurora registaram a bebé na Conservatória, recorrendo a duas testemunhas, e até a chamaram de Maria Madalena. Isto significa, portanto, que é oficialmente uma cidadã portuguesa. De seguida, veio o pedido da guarda da neta, requerido ao Tribunal de Família e Menores.

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O Reino do Pineal chegou a Portugal em setembro de 2020, tendo, desde então, ficado num terreno comprado por Pione Sisto, jogador de futebol dinamarquês. Água Akbal Pinheiro é quem lidera esta comunidade espiritual e filosófica, que começou com 44 pessoas de países diferentes (homens, mulheres e crianças) e que, atualmente, poderá albergar até 100 pessoas.

O bebé que lá morreu, chamado Samsara, era filho do líder e de Gabriela Luna Pinheiro. Apesar de doente, a criança nunca foi levada a um hospital ou vista por um médico, avança a "Visão", acrescentando que, aquando da morte do bebé, o seu corpo foi cremado pela comunidade e as cinzas deitadas ao rio Mondego.

Samsara terá morrido de doença não identificada, continua a mesma publicação. Depois de várias denúncias, o Ministério Público abriu um inquérito que corre no Departamento de Investigação e Ação Penal de Coimbra (DIAP), e cujo objetivo é saber mais sobre esta criança, que nunca foi registada.