Taylor Swift fez Lisboa tremer – e não, não dizemos isto no sentido figurado. A artista, cuja digressão passou pela capital portuguesa com dois concertos levados a cabo esta sexta e sábado, 24 e 25 de maio, respetivamente, no Estádio da Luz, fez tanto furor que gerou atividade sísmica em várias estações da cidade.

De acordo com o "Público", a Escola Básica Professor Delfim Santos, nas Laranjeiras – a mais próxima do estádio – foi o local onde se registou a maior amplitude sísmica, durante o segundo concerto. Além disso, segundo um espectograma da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), o maior pico foi sentido durante a canção "Shake If Off", chegando a atingir uma magnitude de 0,82 na escala de Richter.

Contudo, das estações em Monsanto, a cerca de dois quilómetros do recinto dos espetáculos, a uma junto ao aeroporto de Lisboa, que fica a 5,7 quilómetros do mesmo, também detetaram a atividade sísmica. Em relação aos temas, "You Belong With Me" atingiu uma magnitude de 0,80 na escala de Richter, "Love Story" ficou pelos 0,72 e "We are Never Ever Getting Back Together" não passou dos 0,61.

As diferentes canções podem ser identificadas pelo ritmo a que a multidão dançou cada música”, explica Susana Custódio, sismóloga e professora na FCUL, à mesma publicação, acrescentando que "foi realmente muita energia libertada e que se sentiu bem em toda a cidade". "Aqui estamos a falar de uma libertação de energia ao longo de vários minutos durante uma música. Portanto, as escalas de magnitude não são bem as mesmas", acrescenta.

Mas isto não é novidade. No início da sua digressão, que começou em março de 2023, Taylor Swift fez dois concertos em Seattle, no Lumen Field, que entusiasmaram os fãs da cantora de tal modo que provocaram uma atividade sísmica equivalente a um sismo de magnitude 2,3 na escala de Richter. Desde então, o fenómeno é apelidado de "Swift Quake".

Concertos dão sempre muita emoção

Sabemos que não precisávamos de mais provas para perceber que os concertos são sempre sinónimo de muita emoção. Mas e se lhe disséssemos que esse turbilhão de emoções é equivalente a umas quantas voltas numa montanha-russa? É verdade – e há um estudo que o comprova, que até teve como base o concerto de 45 anos da Rádio Comercial ("45 in the Night").

O estudo foi levado a cabo pela empresa portuguesa Mediaprobe, que tem trabalhado, por exemplo, com a CBS e a NBC na medição do impacto emocional nas audiências de espetáculos ao vivo e televisivos. E os resultados mostraram que o espetáculo, que aconteceu em fevereiro na Meo Arena, fez com que os espectadores tivessem uma experiência emocional semelhante a 12,36 viagens de montanha-russa.

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créditos: DR

A análise teve uma amostra de 145 participantes e revelou que estes, em quatro momentos do espetáculo, registaram um impacto emocional médio superior a 1000 EIS (Emotional Impact Score). Destes, dois momentos foram performances musicais, destacando a profundidade emocional proporcionada pelas músicas, como "Somos Nós" e "Costa do Pisca Pisca", diz a empresa em comunicado.

Para se ter uma ideia da magnitude deste impacto, a atuação de Portugal no último Festival Eurovisão teve um impacto de 594 EIS, bem abaixo dos valores alcançados no concerto "45 in the Night". A recolha dos dados biométricos foi feita através de sensores colocados na mão dos participantes, tendo sido sincronizados com o evento ao vivo.