Os hospitais de São Francisco Xavier, em Lisboa, Beatriz Ângelo, em Loures, e o hospital de Setúbal estão a sofrer constrangimentos nos serviços de urgência de ginecologia/obstetrícia em vários períodos deste fim de semana e feriado, 13 de junho. Alguns serviços encontram-se encerrados deve-se à falta de médicos, avança a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) em comunicado, pelo que as pacientes serão encaminhadas para outros hospitais da região.
"Apesar de todos os esforços desenvolvidos, não foi possível ultrapassar os constrangimentos no funcionamento de alguns serviços de obstetrícia/ginecologia da região, que irão ocorrer entre o final do dia de hoje (10 de junho) e o final do dia de segunda-feira (13 de junho), período de feriados", refere a ARSLVT. Em alternativa, "a resposta será garantida pela rede do Serviço Nacional de Saúde (SNS) da região, com desvios na resposta ao serviço de urgência externa", continua.
No comunicado, a ARSLVT deixa uma nota sobre os horários em que os serviços de urgência de ginecologia/obstetrícia dos vários hospitais estarão indisponíveis, sendo que o período relativo ao Centro Hospitalar Lisboa Ocidental e ao Centro Hospitalar de Setúbal, neste caso devido a "uma situação de doença imprevista de um especialista, que não foi possível substituir", explica a ARSLVT, já foram ultrapassados.
Já no hospital Beatriz Ângelo (HBA), o encerramento das urgências vai manter-se entre as 8 horas de 11 de junho e as 8 horas de segunda-feira, 13 de junho. Durante este período os atendimentos serão "assegurados pelos restantes hospitais da região".
Além dos hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo, também o hospital de Braga vai fechar a urgência de obstetrícia este domingo, 12 de junho. "Em vez dos necessários cinco médicos ginecologistas/obstetras, o hospital de Braga tem apenas dois médicos na escala para o dia 12 de junho, quer de dia, quer à noite", justifica o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), citado pela CNN Portugal. A situação não ficará por aqui, uma vez que está já previsto novo encerramento nas urgências de obstetrícia de Braga para 18 de junho.
O SIM aponta responsabilidades ao governo, que tem sido incapaz de "captar e fixar médicos no SNS [Serviço Nacional de Saúde], oferecendo-lhes condições de trabalho e remuneratórias adequadas ao seu nível de responsabilidade".
O encerramento dos serviços de urgência surge um dia após ter sido divulgado o caso de uma mulher grávida que perdeu o bebé alegadamente devido à falta de médicos no serviço de urgência obstétrica do hospital das Caldas da Rainha, cujo serviço foi encerrado precisamente pela carência de profissionais e não estaria a aceitar pacientes na noite de quarta-feira, 8 de junho. Contudo, a mulher foi atendida e foi realizada uma cesariana de urgência, apesar da falta de médicos.
Entretanto, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste anunciou que foi aberto um processo de inquérito e feita uma participação à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde para apurar eventuais responsabilidades.
Perante o caso do hospital das Caldas da Rainha, ao anunciar os constrangimentos na região de Lisboa e Vale do Tejo, a administração faz uma ressalva no comunicado. "Caso haja necessidade de encaminhar utentes, as equipas hospitalares articulam com o CODU/INEM, no sentido de identificar a unidade que naquele momento tem melhor capacidade de resposta", pode ler-se.