Os protetores solares protegem contra os raios solares. Todos criam uma barreira contra os UVB e alguns contra os UVA, que são os que penetram mais profundamente na pele (e que deverá fazer questão de incluir no creme que comprar este ano). São estes mesmos raios solares os responsáveis pelo bronzeado. Quanto mais se proteger e quanto mais regras adotar — roupa adequada, exposição solar às horas certas — menos se irá bronzear porque há menos radiações para estimular a melanina, que é o que dá cor à pele.

Se assim é, como é que alguns protetores têm a capacidade para proteger e bronzear ao mesmo tempo? Serão tão seguros e eficazes como os outros? A dermatologista Joana Cabete explica que os dois mecanismos são diferentes. Portanto, sim, um creme que bronzeia também é capaz de proteger a pele e de respeitar o fator de protecção que apresenta. Aquilo que acontece é que o protetor bronzeador inclui uma molécula que, tal como os raios solares — mas sem as suas vicissitudes — estimulam a melanina.

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É tão seguro como os outros: “Se for um protetor solar que bronzeia, mas que tem um fator de protecção solar recomendado, ou seja, de 30 ou mais, protege a pele de igual forma, face aos que não têm a característica de estimular o bronze.”

Mas é importante compreender o significado de uma pele mais escura. A utilização destes produtos acaba por ser, na opinião da dermatologista, paradoxal. Apesar de não ter origem nos raios solares, acaba por vender uma imagem que não é saudável: uma pele queimada pelo sol é quase sempre uma pele danificada, independentemente de estar vermelha ou mais acastanhada. "Não podemos passar a mensagem de que as pessoas devem andar bronzeadas porque os bronzeados não são saudáveis”, explica.

E há outra questão: “Além disto, acaba por ser um bronzeado duplo, porque a estimulação da melanina tanto vem da exposição solar [porque há sempre raios que passam] como daquela que foi induzida pela molécula. Ambas aceleram o bronzeado.”

O limite mínimo de protecção solar de fator 30 acontece porque a capacidade de proteger é, na realidade, sempre inferior ao número apresentado no rótulo, uma vez que os resultados que se obtêm na vida real nunca são iguais aos dos testes dos laboratórios. Por esta mesma lógica se entende que um “produto com FPS 6, 12 ou 15 não faz nada.”

Com ou sem capacidade para bronzear, “o mínimo é um protetor com um FPS 30 e com protecção UVA. E tem de ser adaptado ao tipo de pele da pessoa, se é um bebé, uma criança", reforça.

O ideal é aplicar antes de sair de casa, pelo menos 30 minutos. Reaplicar frequentemente — a cada duas horas ou sempre que se vai à água — e devem respeitar-se as horas recomendadas e evitar-se as de maior calor para estar na praia, "porque uma protecção eficaz depende de um conjunto de fatores: o creme, os comportamentos, o vestuário ou os óculos de sol, por exemplo."