Em 2003 vimos, em "Legalmente Loira 2", Elle Woods no congresso dos EUA a lutar pela proibição do teste de cosméticos em animais. No filme a luta é ganha mas, na vida real, ainda não se pode fazer a festa: 80% dos países em todo o mundo ainda não têm leis contra estes testes.
Na quinta-feira, dia 3 de Maio, 620 deputados do Parlamento Europeu aprovaram uma resolução que apela aos estados-membros que usem o seu poder diplomático para que haja um consenso a nível internacional, na Organização das Nações Unidas (ONU), contra o teste em animais com o intuito de os proibir, até 2023, em todo o mundo.
Em 2017 a The Body Shop lançou, em conjunto com a Cruelty Free International, a campanha "Forever Against Animal Testing", a maior petição alguma vez realizada para ser levada à ONU, que precisa de 8 milhões de assinaturas para atingir este objetivo. Foram conseguidas mais de 5 milhões de assinaturas em dez meses, 750 mil só em Portugal. Esta apela à proibição dos testes em animais de ingredientes e produtos de cosmética em todo o mundo e para sempre através de uma Convenção das Nações Unidas.
Com esta resolução, Jessie Macneil-Brown, diretora das campanhas globais da The Body Shop, afirma que "é possível ter um mercado de cosméticos saudável e próspero sem a necessidade de testes em animais" e que estes votos positivos levam-na a acreditar que o acordo internacional está "um passo mais perto".
Michelle Thew, CEO da Cruelity Free International, concorda dizendo que está na hora de andar para a frente nesta luta contra o teste em animais: "A liderança que os deputados demonstraram ao adoptar esta resolução merece muito crédito. Agora é hora de trabalharmos juntos para pôr um fim global aos testes de cosméticos em animais e acabar com o seu sofrimento em todo o mundo".
Na União Europeia (UE) já é proibida, desde 2013, a comercialização de cosméticos acabados ou que tenham ingredientes testados em animais. No entanto, o Parlamento Europeu está a par das muitas lacunas existentes na lei: ela permite que haja empresas a trazer para dentro do mercado europeu cosméticos que são testados em animais fora da UE, e que foram novamente testados, dentro da lei, já em espaço europeu.