A Justiça decidiu dar uma oportunidade a Ana Lúcia Matos, que estava acusada de branqueamento de capitais num processo de fuga ao fisco, que ficou conhecido como "Operação Admiral". O Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, aceitou a suspensão provisória do processo por dois anos, período durante o qual a arguida não pode cometer qualquer crime. Em troca da liberdade, perdeu cerca de 100 mil euros que estavam numa conta arrestada e joias que tinham sido apreendidas, diz o "Correio da Manhã".

Separar o processo de Ana Lúcia Matos do inquérito principal, que inclui 26 arguidos, entre eles Max Cardoso, marido da ex-modelo, já era uma das intenções do juiz. Aquilo que sustenta esta decisão é o facto de a mulher não ter estado diretamente envolvida na fraude do companheiro – uma associação que fugia aos impostos e cujo valor global de faturação da fuga ao fisco terá rendido 80 milhões de euros em Portugal e 2,2 mil milhões de euros na União Europeia.

O facto de a ex-modelo e apresentadora – que já passou pela TVI, CMTV e BTV, tendo-se afastado do pequeno ecrã em 2018 – não ter antecedentes criminais também pesou na equação, a par de ter dois filhos menores a seu cargo. Enquanto isso, Max Cardoso, que está em prisão preventiva desde o final de 2022, vai responder em julgamento por cinco crimes, incluindo fraude fiscal e corrupção. O empresário tentou atenuar a acusação, algo que foi recusado pelo juiz.

Ana Lúcia Matos é novamente acusada de fuga ao fisco. Marido da ex-apresentadora é considerado um dos cabecilhas
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Em dezembro de 2022, o casal já tinha sido detido, depois de as autoridades terem desmantelado a associação criminosa da qual Max Cardoso seria o cabecilha, que passava pela fuga aos impostos através da venda de bens, como telemóveis e outros materiais informáticos. As diligências desta operação decorreram, além de Portugal, em vários países europeus, como Alemanha, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Espanha, França, Grécia, Hungria, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos e Roménia.

Embora tenha jurado ser inocente no primeiro interrogatório, que foi levado a cabo em 2022, e no qual afirmou não ter conhecimentos sobre matérias de fiscalidade e que o marido lhe dizia que fazia investimentos de risco, foi entretanto provado que Ana Lúcia Matos tinha conhecimento da situação. Para conseguir aceder ao dinheiro da fraude sem ter problemas com a Justiça, Max Cardoso usava as contas da família com o conhecimento da mulher, avança o CM.

Todo o estilo de vida opulento que Ana Lúcia Matos levava seria fruto deste esquema milionário. A mansão de luxo que compraram na zona da Aroeira, na margem sul, em 2022, as viagens para o Dubai, Paris e um leque de destinos exóticos, como como Bali, Maldivas, Capri e Mykonos para passar férias, bem como as roupas e bens de luxo que ostentavam nas redes sociais, terão sido pagas com recurso a estas quantias.

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