Claudino Pereira, conhecido como Dino D’Santiago, foi o convidado de Daniel Oliveira no programa “Alta Definição” deste sábado, 5 de novembro, onde recordou a infância difícil e a pobreza e miséria vividas no Bairro dos Pescadores, em Quarteira.
Filho de pais cabo-verdianos, o cantor português cresceu no seio de uma família humilde, “extremamente católica” e pobre. Numa casa sem janelas, com redes mosquiteiras a servirem o propósito, Dino recordou ao longo do programa as condições em que viveu com a família.
“A água do mar entrava dentro das nossas casas. Vinham os ratos, as baratas, as osgas, tinhas aquela porcaria toda ali”, conta a Daniel Oliveira, acrescentando: “Não tínhamos água potável. O meu primeiro banho de banheira foi aos 15 anos de idade”.
Na escola, nunca se sentiu discriminado, mas percebia as diferenças de realidades de crianças “privilegiadas” com crianças na mesma situação que ele. “Sentia mais vergonha quando as nossas roupas tinham as marcas do chichi dos ratos ou das fezes e aquilo não saía mesmo com as lavagens. E tu aí começas a sentir que não é justo um ser humano viver nessas condições”, explica.
O mais velho de três irmãos, aos 13 anos de idade Dino D’Santiago teve o seu primeiro trabalho. Assim como tantos outros adolescentes da zona, foi servir às mesas num restaurante de comida chinesa em Vilamoura para poder ajudar os pais com as despesas.
Apesar da pobreza, a família humilde do cantor ajudava pessoas em situação pior do que a deles, o que fazia Dino D’Santiago sentir-se grato pelo que tinha.
Dino D’Santiago começou o seu percurso profissional depois da participação no programa de talentos da RTP “Operação Triunfo”, em 2003. Desde então tem vindo a construir a sua carreira, tendo cantado com Madonna em 2020 numa recriação da música “Sodade”, de Cesaria Évora.
Em 2022, ganhou o Gobo de Ouro de "Melhor Intérprete" e atualmente, aos 39 anos, faz parte do painel de mentores do programa "The Voice Portugal", na RTP, com transmissão aos domingos à noite.