O apresentador Cláudio Ramos, de 47 anos, foi o convidado desta sexta-feira, 1 de janeiro, do programa "Conta-me", na TVI. A transição da SIC para a TVI foi um dos temas de destaque da entrevista com Cristina Ferreira.
Antes de se tornar "vizinho" da atual diretora de Ficção e Entretenimento da TVI n' "O Programa da Cristina", que ocupou as manhãs da SIC até julho do ano passado, Cláudio Ramos foi um dos comentadores do programa "Passadeira Vermelha", da SIC, e admite que, apesar de gostar muito do que fazia, a certa altura teve vergonha. "Vergonha é uma palavra forte, mas eu sentia algumas vezes o vazio", disse o apresentador.
Quando chegou a proposta de ser vizinho de Cristina Ferreira no formato das manhãs da estação de Paço de Arcos, revela que teve "medo", mas mal agarrou a oportunidade começou a sentir-se feliz. "Uma vez fui abrir uma porta ao Abel Xavier [futebolista], mas fazer aquilo, para mim, era fazer uma coisa boa. Era uma coisa muito importante no enquadramento do programa", revelou e acrescentou que nunca se sentiu num papel redutor.
Ao lado de Cristina Ferreira, o apresentador não só ganhou maior notoriedade, que a levou até à TVI, como, passado vários anos, voltou a sentir-se realizado. "Foi das coisas que na última década mais gosto me deu fazer", admite.
O medo voltou a assolar o apresentador quando recebeu uma proposta da TVI para apresentar o "Big Brother 2020", momento em que ficou sem saber como lidar com o desafio. "A minha única preocupação naquele momento todo foste tu", disse a Cristina Ferreira. "Eu sabia que para ti não era só o vizinho".
Perante a honestidade do apresentador e ex-vizinho, a nova diretora de Ficção e Entretenimento da TVI questiona: "Só me contaste no dia em que viste embora. Não contaste mais cedo porquê?". Sem hesitar, Cláudio Ramos confessa que foi o medo que o deixou apreensivo.
"O medo não era de tu dizeres 'não vás'. Era de dizeres 'eu vou tratar da tua situação. O meu medo era que tu dissesses 'a SIC vai-te aumentar, vai fazer um mega contrato e tu não te vais embora daqui'", revela Cláudio, uma vez que aquilo que queria realmente era sair da SIC.
"Eu era na SIC uma eterna segunda figura ou terceira figura. Esta é a realidade", afirma.
Quando partiu para o "Big Brother 2020", na TVI, quebrando com várias edições apresentadas por Teresa Guilherme, o desafio foi ainda maior pelo facto de o programa ter estreado em moldes completamente diferentes do formato original devido à pandemia.
"Eu estreei cheio de medo", disse. Nas primeiras duas galas, as audiências "não foram espetaculares", diz, e essa pressão tornou o desafio muito difícil para o apresentador, que todas as semanas fazia questão de ir a Fátima agradecer por cada superação.
"Quem dá a cara és tu, quem faz és tu, quem lida com o bom e o mau és tu", disse Cláudio, que admite que na altura não estava preparado "para, sozinho, levar com tudo o que se disse, se escreveu, o peso do programa, os números".
Agora, Cláudio Ramos está prestes a estrear-se no programa "Dois às Dez", que substitui o “Você na TV”, ao lado de Maria Botelho Moniz — oportunidade que já esperava há muito tempo.
"As manhãs são a melhor coisa que me acontece. Se me dissesses 'manhãs ou 'Big Brother'', eu escolho as manhãs", revelou. "Eu sonhei a vida toda fazer as manhãs", esperança que aumentou quando Cristina Ferreira retornou à TVI no final de 2020.
"Porque é que acreditaste em mim quando toda a gente disse que me ia vingar?", perguntou Cristina Ferreira, referindo-se às especulações que se fizeram sobre a saída de Cláudio d'"O Programa da Cristina". "Porque eu conheço-te", respondeu o apresentador.
Segunda-feira, 4 de janeiro, vai ser a estreia de Cláudio Ramos nas manhãs da TVI e, embora reconheça que "uma coisa é a Cristina, outra é o Cláudio Ramos", vai trabalhar para o sucesso. "Eu quero ganhar desde o primeiro dia".
A conversa com Cristina Ferreira passou ainda por pontos como o casamento com Susana Moniz, a fase do divórcio e a consequente descoberta da orientação sexual. "Eu não a troquei por uma mulher. Isso ajuda muito", disse Cláudio, contudo, reconheceu que o processo não foi fácil, uma vez que na altura a filha Leonor já era nascida e ficou a cargo da ex-mulher.