O novo livro de memórias da socialite Paris Hilton, "Paris: The Memoir",aborda o tempo que passou em colégios internos durante a sua problemática adolescência, nomeadamente a época em que foi alegadamente abusada sexualmente.
A estrela de reality TV de 42 anos fala sobre os problemas no seu seio familiar e da forma como isso impactou o resto da sua vida, mas não se fica por aqui. Paris fez ainda questão de falar sobre a sua experiência sendo portadora de um défice de transtorno de atenção e hiperatividade, do aborto e da fertilização in vitro que realizou, do facto de ter sido agredida sexualmente em criança, e ainda de ter visto uma sex tape divulgada sem o seu consentimento. Nascida no seio de uma família abastada (o bisavô, Conrad Hilton, fundou a cadeia de hotéis de cinco estrelas) Paris relata histórias cheias de glamour, a passagem pelo mundo da moda, da música, da TV e do cinema.
Eis as 7 revelações mais marcantes do novo livro "Paris: The Memoir".
1. A relação com um professor quando era menor de idade
Durante o ensino básico, Paris recorda no seu livro que todos as colegas tinham uma paixoneta por um "professor jovem e bonito", que de acordo com a socialite, a informou de que estava interessado nela, pedindo-lhe o número de telefone, e que não contasse a ninguém, coisa que a modelo não fez, pelo menos até agora.
"Ele ligava-me quase todas as noites, e conversávamos durante horas sobre como eu era incrivelmente madura, bonita e inteligente, e da forma como era sensual, incompreendida e especial. (...) Ele recordou-me que a princesa Diana era 13 anos mais nova do que o príncipe Carlos. E que Priscilla Presley tinha a minha idade quando Elvis se apaixonou por ela", escreveu Paris, segundo a "People".
No livro, a socialite revela ainda que uma noite, enquanto os seus pais não estavam em casa, o professor parou o carro à entrada e Paris entrou, descrevendo que depois o homem a puxou para os seus braços e a beijou. Pouco depois os pais chegaram a casa e apanharam a jovem em flagrante no carro com o professor, que para fugir à situação a acusou, questionando: "Porque é que me fizeste fazer isto?"
Richard e Kathy Hilton enviaram depois a filha para ir passar o verão com a avó, após o fim das aulas, mas Paris afirmou que demorou muito tempo até reconhecer e falar sobre o que tinha acontecido. "Demorei décadas a conseguir realmente dizer a palavra pedófilo. Associá-lo ao papel de molestador de crianças significaria colocar-me no papel de vítima, e eu simplesmente não poderia ir por esse caminho."
2. A violação num centro comercial
A socialite conta que, durante uma ida ao shopping com uma amiga, enquanto frequentava já o ensino secundário, conheceram dois homens com 20 e poucos anos, que as convidaram a ir para o seu apartamento. Paris ingeriu uma bebida oferecida por um deles, e pouco depois desmaiou, sendo que quando acordou já estaria a ser violada.
"Dei-me conta de que tinha um peso esmagador em cima de mim. A sufocar-me. A partir as minhas costelas. (...) Senti uma onda de pânico e tentei levantar-me, mas perdi o impulso, como se algo tivesse cortado a minha coluna. Quando tentei gritar, não havia ar nos meus pulmões. Tudo o que saiu foi um pequeno e rouco: 'para, o que está a acontecer... para...', até que este homem colocou a mão sobre a minha boca agressivamente. Apertou a minha cara e sussurrou: 'É um sonho. É um sonho. Estás a sonhar.'" Paris revela que nunca contou este episódio à mãe, nem mesmo à irmã, Nicky Hilton.
3. Recusou uma fortuna para ser capa da "Playboy" após divulgação da sua sex tape
Em 2003, é divulgada na internet uma gravação com conteúdo sexual, onde Paris Hilton surgia com o então namorado, o jogador de póquer Rick Salomon. Nessa altura, a socialite morava em Los Angeles com duas outras modelos da Playboy, e frequentava festas organizadas por Hugh Hefner, o fundador da revista. De acordo com Paris, o empresário não desistia da ideia de a colocar na capa da revista. "Ele continuava a oferecer-me mais e mais dinheiro", tendo passado de a querer incluir "não totalmente nua, só de topless" para "poderia usar a lingerie que eu quisesse", conta a socialite, segundo o "The Hollywood Reporter".
"Mesmo quando ele me ofereceu sete dígitos, eu recusei, porque sabia que a minha mãe iria enlouquecer, e porque já tinha sido rotulada como uma vadia depois da sex tape. (...) “Eu senti que uma fotografia na 'Playboy' iria apenas consolidar ainda mais isso na mente das pessoas", diz.
4. Intimidação de Donald Trump após ter abandonado a agência do empresário
Numa parte do livro em que Hilton reflete sobre as escolhas que fez no passado, afirmando que se arrependia de muitas delas, a modelo fala do momento em que, durante uma entrevista, afirmou que teria votado em Donald Trump para as eleições presidenciais dos EUA. "Quando fui questionada, fingi que votei no Donald Trump porque ele era um antigo amigo de família, e era dono da primeira agência de modelos com a qual eu assinei - e quando saí para ir para outra agência, ele ficou furioso e intimidou-me por telefone”, conta Paris, relativamente à agência T Management. "A verdade é ainda pior: eu não votei de todo", assume.
5. Considerou-se assexual durante anos após alegado abuso sexual
Com todos os momentos de agressões sexuais alegadamente sofridos durante a adolescência, Paris tenta dissipar a imagem criada em seu redor de que seria um ícone sexual. "Os tabloides criaram esta narrativa sobre eu dormir com centenas de homens lindos - não é a verdade. (...) Eu ansiava por me sentir próxima de alguém, por ter intimidade", confessa.
Contudo, a modelo afirma que este processo foi muito dificultado, devido ao facto de ter sofrido tanto com violações de consentimento e privacidade ao longo dos anos, nomeadamente no que diz respeito à divulgação da sua sex tape e, ainda antes disso, conta um episódio em que foi obrigada a tomar banho nua à frente de funcionários de um dos colégios internos que frequentou, sendo que os mesmos a assediaram sexualmente.
"O irónico é que, devido ao abuso e à degradação a que sobrevivi enquanto adolescente – e talvez em parte por causa da forma como fui criada – eu temia sexo. Eu odiava a ideia de sexo. Evitei sexo até que fosse absolutamente inevitável”, conta Paris Hilton.
“Eu queria sentir-me como uma mulher confortável na sua própria pele. Estava a lutar para entender a minha sexualidade; não havia forma de eu ter explicado isso a mais ninguém. Eu não tinha linguagem para isso. Nunca tinha ouvido a palavra assexual", escreve Paris, que reconhece que não sentia atração sexual por ninguém.
6. Gravidez, aborto e processo de fertilização in vitro
Anteriormente ao lançamento do livro já era de conhecimento público que Paris decidiu fazer um aborto por não se sentir preparada para ser mãe. "Naquele momento da minha vida, não era capaz de forma alguma de ser mãe. (...) Negar isso teria colocado em risco a família que eu esperava ter no futuro, numa época em que eu estaria saudável e curada".
Apesar de descrever a situação como difícil, reconhece que foi a "a escolha certa". "É uma agonia intensamente privada que é impossível de explicar. A única razão pela qual estou a falar sobre isto agora é porque há tantas mulheres que estão a enfrentar isso e sentem-se tão sozinhas, julgadas e abandonadas. Quero que saibam que não estão sozinhas e que não devem explicações a ninguém".
No livro, Paris refere ainda que se sentiu "excluída e com inveja", enquanto ainda tentava engravidar, uma vez que à época, tanto a irmã, Nicky, como a cunhada, Tessa, já o tinham conseguido. "Mês após mês de injeções, vários procedimentos de colheita de óvulos, mais injeções de fertilização in vitro, novos remédios para a TDAH (Transtorno de Défice de Atenção com Hiperatividade), o meu estado natural de caos".
Paris Hilton foi mãe em janeiro. O bebé, Phoenix, fruto do casamento com o empresário Carter Reum, nasceu com recurso a uma gestação de substituição. “Fiquei triste por perder toda a experiência da gravidez - festa de revelação de sexo do bebé, looks incríveis de maternidade, sessão de fotos da barriga da Beyoncé entre rosas - mas tudo o que importa no cenário geral é um bebé feliz e saudável. Custe o que custar", refere Paris Hilton no seu novo livro.