A guionista e escritora norte-americana acusa o ator português Nuno Lopes de agressão sexual. O caso remonta a 2006. O processo deu entrada no tribunal federal de Brooklyn esta segunda-feira, 20 de novembro, três dias antes do prescrição para este tipo de processos. Nos documentos a que o Courthouse News Service teve acesso, A.M. Lukas alega que Nuno Lopes a agrediu sexualmente depois de se terem encontrado no Tribeca Film Festival em 2006. De acordo com o "Daily Mail", que publica na íntegra a acusação, a guionista, cujo nome verdadeiro é Anna Martemucci, alega ainda que Nuno Lopes a terá drogado antes de a levar para o seu apartamento em Nova Iorque.
A escritora e guionista diz que conheceu Nuno Lopes e que, num determinado momento da noite, perdeu a consciência. Recorda-se apenas de pequenos fragmentos dessa noite, como o momento em que o ator e DJ português a estava a agredir sexualmente. Nas declarações do processo, é descrita com minúcia a alegada agressão.
"Ela lembra-se de o senhor Lopes se ajoelhar à frente dela quando já era de manhã, agarrar nas pernas dela e enfiar o pénis nela; lembra-se de o senhor Lopes enfiar-lhe o pénis por trás; lembra-se de o senhor Lopes dizer 'este preservativo está a dar cabo de mim', enquanto o retirava do pénis flácido; lembra-se de o senhor Lopes se masturbar sobre o corpo nu e imóvel dela, talvez num esforço para conseguir ficar erecto; e lembra-se de tentar vestir-se e de o senhor Lopes lhe tirar a roupa. Finalmente, lembra-se de o senhor Lopes lhe chamar um táxi na manhã de 29 de abril de 2006".
No processo, a escritora norte-americana recorda que Nuno Lopes lhe deu o número de telemóvel e dinheiro para o táxi. Nesse mesmo dia, Lukas foi ao hospital onde lhe foram feitos os exames médico-legais obrigatórios quando há alegações de abuso sexual. No hospital, Lukas ligou a Nuno Lopes, que confirmou que tinham tido relações sexuais. A guionista diz que, depois deste episódios, foi diagnosticada com síndrome pós-traumático, sofreu um episódio maníaco depressivo e teve pensamentos suicidas.
A guionista conta ainda que o episódio a obrigou a meter baixa e que, por causa disso, foi despedida da loja onde trabalhava por ter faltado vários dias, devido aos efeitos secundários da medicação anti-HIV que teve de tomar após o alegado abuso.
Lukas diz ainda que o trauma emocional subsequente a impediu de levar a cabo projetos profissionais quando perdeu representação numa agência em Hollywood e que foi obrigada a devolver o valor de uma bolsa para cineastas atribuída pelo Tribeca Film Institute. Na mesma queixa, Lukas adianta que foi diagnosticada com doença bipolar, o que os médicos dizem que foi espoletada pelo trauma não resolvido do ataque.
Michael Willemin, advogado que representa a guionista, diz que esta procura não só uma compensação mas também uma punição no âmbito desta acusação de abuso sexual. "Estamos inspirados pela coragem da nossa cliente em pedir publicamente responsabilidades a Lopes. Como vimos uma e outra vez, a indústria do cinema permite que homens como Lopes levem a cabo este tipo de ataques sexuais sem consequências de maior".
A MAGG entrou em contacto com a AGM, agência que representa Nuno Lopes em Portugal mas, até ao momento, ainda não obteve respostas.