O rapper norte-americano Jay-Z, marido de Beyoncé, foi acusado no passado domingo, 8 de dezembro, de ter violado uma menina de 13 anos numa festa no ano de 2000. O caso deu-se depois da cerimónia dos MTV Video Music Awards e, alegadamente, Sean “Diddy” Combs, conhecido como P Diddy, que está preso desde setembro por acusações de tráfico sexual, também esteve envolvido na violação. O artista, cujo nome próprio é Shawn Carter, já respondeu a estas acusações, dizendo que eram “hediondas”.
Ao que tudo indica, de acordo com a NBC News, esta acusação por parte do advogado Tony Buzbee, que tem vindo a acusar P Diddy nos últimos meses, foi feita no passado mês de outubro em Nova Iorque, e continha apenas o nome de Sean Combs como arguido. No entanto, agora, a mesma acusação foi retificada e aparece também o nome do marido de Beyoncé, fazendo com que este seja o primeiro caso onde Tony Buzbee revela o nome de outro arguido mundialmente conhecido.
No processo, citado pela estação, lê-se que a jovem de 13 anos estava a falar com várias pessoas para tentar entrar numa festa pós-cerimónia, quando foi abordada por um motorista que lhe disse que trabalhava com o rapper P Diddy, e que ela “se enquadrava” naquilo que o artista procurava. Quando a rapariga, cujo nome não foi revelado, chegou à festa do rapper, foi obrigada a assinar um documento que pensava ser um acordo de confidencialidade, e foi-lhe oferecida uma bebida. Depois disso, começou a sentir-se “tonta, desorientada e com vontade de se deitar”.
Assim que o fez, P Diddy e Jay-Z entraram alegadamente no quarto onde ela se encontrava, e o primeiro artista perguntou-lhe se ela estava “pronta para a festa”. Ao mesmo tempo, o marido de Beyoncé começou a tirar a roupa da jovem e violou-a, enquanto P Diddy e uma mulher, cuja identidade não foi revelada, observavam. Depois, P Diddy terá também abusado da adolescente. A mulher pede agora uma indemnização.
Nas redes sociais, Jay-Z não deixou estas alegações caírem por terra e publicou uma declaração sobre o assunto, explicando que achava as acusações “hediondas” e que estava “mais do que preparado” para lidar com a “teatralidade” do advogado Tony Buzbee. “Estas alegações são tão hediondas que imploro que as registe como uma queixa criminal, não civil! (...) Estas supostas vítimas merecem justiça. Este advogado, sobre quem fiz uma pequena pesquisa, parece ter um padrão deste tipo de teatralidade! Não tenho ideia de como se tornou um ser humano tão deplorável, Sr. Buzbee. Estou mais do que preparado para lidar com o seu tipo”.
Além disso, o rapper fala ainda sobre a sua família, Beyoncé e os filhos, Blue Ivy, de 12 anos, e os gémeos Rumi e Sir, de sete, explicando que são também eles que vão ter de lidar com a situação. "A minha mulher e eu vamos ter que falar com os nossos filhos, uma das quais está na idade em que os amigos vão ver as notícias e vão fazer perguntas (...). É injusto ter de tentar entender esta maldade destinada a destruir famílias”, acrescentou. A equipa de advogados do rapper processou Tony Buzbee por extorsão.
À revista “People”, os advogados de P Diddy também responderam a estas alegações, e negaram qualquer envolvimento. “Esta queixa alterada e a recente ação judicial por extorsão contra o Sr. Buzbee expõe as suas ações judiciais contra o Sr. Combs por aquilo que são: acrobacias publicitárias, concebidas para extrair pagamentos de celebridades que temem que se espalhem mentiras sobre elas, tal como se espalharam mentiras sobre o Sr. Combs (...). Em tribunal, prevalecerá a verdade: que o Sr. Combs nunca agrediu sexualmente nem traficou ninguém - homem ou mulher, adulto ou menor”, lê-se no comunicado.
Tony Buzbee, assim que saíram as declarações de Jay-Z, também recorreu às redes sociais para expor o caso, explicando que a vítima “nunca lhe exigiu um cêntimo”, e que o rapper o processou sob um nome falso. “O Sr. Carter negou ter sido ele quem me processou a mim e à minha empresa. Apresentou o seu processo sob um pseudónimo. O que ele não diz na sua recente declaração é que a minha firma enviou ao seu advogado uma carta de exigência em nome de uma alegada vítima e que essa vítima nunca lhe exigiu um cêntimo (...). Desde que enviei a carta, o Sr. Carter não só me processou, como tentou intimidar e assediar-me a mim e a esta queixosa (...). Deixaremos que a queixa fale por si e falaremos sobre os factos em tribunal”, escreveu.
O advogado Tony Buzbee iniciou, nos últimos meses, vários processos contra o rapper P Diddy, acusando-o de agressão e violação, e agora Jay-Z também entrou na lista de arguidos. Sean 'Diddy' Combs está preso desde 16 de setembro em Nova Iorque, e já lhe foi negada a fiança em três ocasiões, estando agora a aguardar julgamento por tráfico sexual, associação ilícita e promoção da prostituição. Se for condenado, em maio de 2025, pode apanhar uma pena mínima de 15 anos, que pode chegar a prisão perpétua, se lhe for aplicada a pena máxima.
O julgamento deverá durar um mês, embora a justiça norte-americana admita eventuais atrasos, devido a possíveis novas acusações contra o rapper. A acusação alega que o magnata coagiu e abusou de mulheres durante anos, com a ajuda de uma rede de associados e funcionários e que conseguiu manter tudo em segredo, fruto de chantagem e atos violentos, incluindo raptos, incêndios criminosos e espancamentos físicos, para impedir as vítimas de se manifestarem, segundo a CNN.