O modelo Luís Borges, de 32 anos, sentou-se no programa "Júlia" na tarde desta quinta-feira, 19 de novembro, e fez revelações inéditas sobre a infância, altura em que descobriu que era adotado, bem como sobre o divórcio e a posterior morte do ex-marido, o conhecido cabeleireiro Eduardo Beauté.

Luís Borges começa por revelar à apresentadora Júlia Pinheiro que o ano 2019 foi um dos mais difíceis que passou na vida. "Primeiro pela morte da minha mãe adotiva e logo dois meses depois do Eduardo", lembra.

A mãe que o criou morreu vítima de cancro e apesar de não terem uma relação chegada "por tudo o que se passou no passado", diz o modelo, reconhece que o amou à maneira dela. "Fiquei triste por não ter dado mais de mim quando ela deu tudo dela", arrepende-se.

A segunda perda num curto espaço de tempo diz respeito ao ex-marido Eduardo Beauté, que morreu a 7 de setembro de 2019, vítima de uma embolia cerebral fulminante. "O mundo desabou. No sentido de 'como é que vou contar aos meus três filhos que eles não vão ver mais o pai'", recorda.

Apesar de na altura já estarem separados, o modelo conta que a dor foi imensa. "Por mais amigos que tenha e mais pessoas à volta, a dor que eu senti... Acho que ninguém percebeu o que se estava a passar. As pessoas achavam lá em casa que eu não me dava com o Eduardo", diz, mas acrescenta que apesar do divórcio, a amizade continuou, até porque tinham três filhos em comum.

As crianças foram também uma das maiores preocupações do modelo, que se viu sozinho a educar Lurdes, Bernardo e Eduardo. Sobre a hipótese de não ficar com os filhos, Luís Borges revela que "isso nunca esteve em causa", ao contrário do que na altura foi divulgado na imprensa. 

Luís Borges e Beauté conheceram-se em 2009 no Facebook, estiveram casados durante 5 anos e o divórcio chegou em dezembro de 2016. "Acho que foi uma das piores alturas da minha vida, sem dúvida", lembra Luís Borges. "Quando decidi divorciar-me e a imprensa começa a escrever e o Eduardo começa a falar de coisas que não eram verdade e que as pessoas acreditam", revela sobre o divórcio, processo durante o qual recebeu ofensas na Internet e mensagens anónimas.

A relação conturbada com a mãe biológica e o novo amor

A conversa com Júlia Pinheiro passa das perdas mais recentes para a infância que, de certo modo continua a marcar a vida de Luís Borges. "Acho que cresci num mundo de revolta comigo próprio", conta.

A mãe biológica abandono-o numa pensão após ter sido apanhada pela polícia com droga e apesar de lhe ter sido dada a oportunidade de levar os filhos, Luís e o meio irmão, Ricardo, para Cabo Verde, esta "simplesmente não quis saber", conta Luís Borges, e deixou-os em Portugal. O modelo e o meio irmão acabaram por ser encaminhados para a Santa Casa da Misericórdia e mais tarde Luís foi adotado e viveu em Castelo Branco até aos 18 anos.

O modelo soube aos 7 anos que era adotado, mas só viria a conhecer a mãe biológica por incentivo de Eduardo Beauté, que queria que ambos fizessem as pazes. O reencontro aconteceu quando a mãe biológica veio a Portugal para receber tratamentos devido a um cancro nos ovários. Contudo, Luís Borges nunca manifestou vontade de conhecer a mãe, uma vez que a única chamada que recebeu desta foi para perguntar quando é que Luís a iria "tirar de Cabo Verde", conta o modelo, acrescentando que a mãe acabou por aproveitar-se de Luís e Eduardo e decidiu cortar novamente relações com a mesma.

O modelo fala ainda sobre a carreira como manequim que começou quando a irmã Gisela o inscreveu num casting. Para construir a carreira na moda, o modelo saiu de Castelo Branco, mas os primeiros tempos em Lisboa não foram fáceis. Começou por trabalhar numa loja num centro comercial, passou para outra no Chiado e só mais tarde começou a conquistar o mundo da moda.

"Comecei na Elite, depois mudei para a Central e foi quando a minha carreira começou em ascensão. Mas o meu boom foi quando o Eduardo me levou a Paris", onde ficou numa das agência de renome, a mesma de modelos como Kate Moss e Naomi Campbell. A partir daí passou a desfilar para grandes marcas internacionais e a progressão na carreira foi imparável, até criar a sua própria marca.

E não só. Luís Borges progrediu também no amor. "É verdade. O meu coração votou a estar no sitio certo. Encontrei uma pessoa que gosta muito de mim e gosta muito dos meus filhos. Porque eu sou um pack", revela, acrescentando que os filhos adoram o Pedro. "Isso faz-me perceber que realmente é a pessoa certa", termina.