Mafalda Sampaio foi a convidada do episódio desta terça-feira, 24 de dezembro, do pocast “Geração 90”, da SIC Notícias, conduzido por Júlia Palha. A influenciadora digital, também conhecida por Maria Vaidosa, que criou o seu canal no Youtube em 2014, falou sobre a sua profissão e as dificuldades que esta acarreta.
“Acho que há muitas pessoas que me conhecem. Tenho feito um caminho bastante consolidado. Acho que estou numa posição boa, sim, mas nunca pensei que fosse possível chegar aqui”, começou por dizer, explicando que por vezes recusa trabalhar com certas marcas, mesmo com propostas economicamente boas.
“Eu acho que quando não faz sentido, não faço. Respeito sempre, não vou contra os meus valores e princípios se aparecer uma marca com a qual não me identifico. E já aconteceu algumas vezes eu dizer que não me faz sentido trabalhar esta, até porque tenho relações com uma concorrente, sei lá, esse tipo de coisas”, esclareceu.
Mafalda Sampaio referiu ainda que a sua profissão é desgastante. “É um trabalho que consome muito a nossa cabeça, ou seja, tem muita carga mental. Há muitas coisas que temos de tratar. No fundo, eu sou uma só e faço a parte de gestão das redes sociais, da comunicação, o que é que faz sentido para mim”, revela.
“É necessário gravar, agilizar, não tenho nenhuma produtora, não é? Preciso de ir fotografar. Eu agilizo o sítio, o fotógrafo, a maquilhadora, o que seja, o que for necessário. Eu é que faço a minha contabilidade, eu é que faço os meus pagamentos, não sei. Portanto, é ser uma pessoa a gerir uma só empresa, no fundo”, continuou.
Para a influenciadora digital, o mais difícil é conseguir adaptar-se “às novas realidades” e estar “em constante atualização”. Quando o TikTok apareceu, foi um desafio. “Eu sou de uma geração Youtube em que nós fazíamos vídeos de 10 minutos e, de repente, passamos a vídeos de 15 segundos. E isso na altura para mim, quando apareceu o TikTok, eu fiquei tipo: ‘mas eu não quero ir dançar, eu não quero dançar no TikTok’. (...) É tentar perceber de que forma é que eu me consigo adaptar a estas novas formas de comunicar, sendo que apareci há dez anos atrás e estás sempre em constantes atualizações”, explicou.
Além disso, referiu que os portugueses são “bastante conservadores”. “Acho que, em Portugal, os influenciadores ainda são tipo... um bocado ralé. (...) Já temos mais expressão do que antes, mas acho que existe muito distinção entre as pessoas de televisão, tipo tu [Júlia Palha], e os influenciadores”, apontou.
Mafalda Sampaio, que tem três filhos – Madalena, 6, Francisco, 3, e Tomás, que nasceu em agosto deste ano – fruto da relação com Guilherme Machado, garante não ter receio do fim da sua carreira enquanto influenciadora digital. “Se isso acontecer um dia, arranjo outra coisa”, disse, falando também da sua marca de roupa, Empatia. “Eu acho que as pessoas partilham muito mais o lado glamouroso de tudo, não é? E também de ser empreendedor. Eu acho que se romantiza muito esta coisa, porque agora toda a gente é empreendedor e toda a gente consegue fazer tudo”, atirou.