Este sábado, 21 de janeiro, Marco Paulo celebra 78 anos de vida. Na SIC, canal em que costuma estar em antena aos sábados, das 10 horas ao meio-dia, teve uma emissão dedicada ao seu aniversário, ao lado de Ana Marques, intitulada "Alô Marco Paulo – Especial Aniversário". Depois, ainda passou pelo "Alta Definição", onde se sentou, na sua casa, à conversa com Daniel Oliveira.
Foi uma conversa intimista, na qual o cantor recordou, além dos 55 anos de carreira, todo o seu passado, sempre com a sensação de que passou tudo "muito, muito rápido". No meio de milhares de concertos, que foram dos locais mais inusitados, como uma jaula de leões, aos mais simbólicos, como a Capelinha das Aparições, em Fátima, o artista frisou que "voltava a repetir tudo".
"Nunca pensei fazer aquilo que já fiz", apontou Marco Paulo. Mas as fãs que foi angariando no processo (e que não foram poucas) trouxeram-no até aqui. "As minhas fãs fizeram sempre coisas com muito amor", contou a Daniel Oliveira. Seja a pedir a água do banho do cantor aos funcionários dos hotéis em que ficava ou a preocuparem-se com o seu estado saúde, foram pessoas que sempre torceram por si – "e continuam", acrescenta.
Todos sabem, mesmo aqueles que não são fãs do cantor, que passou por vários momentos conturbados: um cancro do cólon, em 1996, a presença de uma massa no rim direito, em 2017, e um diagnóstico de cancro do pulmão, em 2022. Mas há um outro susto que teve cujos pormenores nunca tinha partilhado: o princípio de AVC que sofreu no palco do Coliseu do Porto, em 2018.
"Andava cansado. Não tinha horas para nada", começou por explicar o cantor, acrescentando que o corpo acabou por dar sinal. "Estava praticamente a terminar o concerto, deixo de ver as pessoas e de ouvir a orquestra", contou. E, independentemente de estar com os sentidos todos a falhar, nunca quis que a plateia se apercebesse. Até que essa missão se tornou insustentável e teve de recorrer a ajuda. "Cheguei ao pé de um técnico meu e disse: 'tirem-me daqui que eu vou cair'", apontou.
Marco Paulo achava que ia morrer no palco. Não morreu e, apesar de todo o esforço que teve de mobilizar, conseguiu acabar a cantar nos Açores. Depois dessa atuação, garantiu que estava a sentir-se "tão mal" que ficou com a convicção de que a sua carreira iria acabar ali. Também não acabou.
De uma coisa tem a certeza: os anos em que não este doente foram os melhores que viveu. Mas, acreditando no princípio de que "não podemos ser ingratos para a vida", aprendeu a lidar com isso. E crê que tem as suas duas mães a seu lado, a toda a hora: a "mãe de sangue", que morreu em 2002, e a "mãe espiritual", Nossa Senhora de Fátima, a quem tem uma grande devoção.
No que diz respeito a terminar a carreira, o cantor revelou que gostava de que isso acontecesse num concerto, porque iria marcar "o fim de um ciclo".