Mariana Duarte, 30 anos, ficou em terceiro lugar n’ “O Triângulo” e foi das concorrentes mais polémicas do reality show da TVI que decorreu de 26 de fevereiro a 28 de maio deste ano, conduzido por Cristina Ferreira.
Mariana Duarte contou no Portal do Tempo, n’ “O Triângulo”, que aos 17 anos teve uma fotografia nua a circular na internet e que tentou acabar com a própria vida, devido a esse episódio. “Foi muito mau, no sentido em que eu não queria que os meus pais descobrissem, porque, para mim, era uma vergonha”, disse, acrescentando que “chegaram a colar a fotografia nas festas da zona” onde morava.
“Vivi meses de pavor e pânico por causa disso”, revelou. Mariana sofreu “de bullying”, recebendo chamadas anónimas a insultá-la e comentários negativos, tendo sido uma fase “muito difícil”. “Vinha para casa, fechava-me no quarto e chorava, porque sentia-me mesmo muito mal comigo mesma e as pessoas à minha volta também não me ajudavam”, contou à MAGG.
Devido a este episódio, Mariana tentou acabar com a própria vida, tendo tomado vários comprimidos. “O tempo ajuda, porque as pessoas vão-se esquecendo. Naquela altura, fiquei tão desesperada que tive o impulso de fazer esse disparate. Falei com a minha mãe, mas nunca lhe contei o motivo original. Disse que era por causa de um rapaz, um desgosto de amor”, explicou.
"Nunca quis usar a minha doença para que as pessoas tivessem pena de mim"
Alguns meses depois deste episódio traumático, apareceu vitiligo a Mariana, uma doença de pele, algo difícil de aceitar para a ribatejana. “Ainda nem tinha recuperado de uma e já estava a levar com outra. Foi complicado. Mas aí foi difícil de aceitar, mas já estava mais resiliente, devido ao que tinha passado anteriormente”, disse.
A ex-concorrente teve dificuldade em aceitar a doença, porque o vitiligo “pode ser espoletado por algum trauma”, e a jovem acredita que pode ter sido “pelo disparate” que fez, em que tomou os comprimidos e viveu um “período de muita ansiedade e nervosismo”. “Culpei-me sempre por isso. Eu pensava assim: ‘se eu não tivesse feito aquele disparate, se calhar não me tinha aparecido esta doença’”, acrescentou.
Mariana nunca tentou esconder a doença no reality show. “Se eu quisesse, tinha puxado por isso [pela doença]. A questão é que eu nunca quis usar a minha doença para que as pessoas tivessem pena de mim”, disse, acrescentando que falava apenas quando as pessoas lhe perguntavam algo sobre o vitiligo.
Muitos espectadores identificaram-se com Mariana Duarte e enviaram-lhe mensagens a agradecer o facto “de ter mostrado o problema” e de o ter normalizado. A família da ribatejana estava a par de todo este sofrimento da jovem, mas apenas souberam que tinha sido causado por uma fotografia nua a circular na internet quando a ex-concorrente o revelou no Portal do Tempo.
Mariana teve também uma relação durante menos de um ano, em que o ex-namorado se tornou agressivo quando a ex-concorrente começou a querer passar mais tempo com os amigos. Além disso, apanhou-o a mexer no seu telemóvel “sem autorização”. O primeiro episódio de agressão aconteceu no meio de uma discussão, em que Mariana estava deitada na cama e o rapaz lhe “apertou a perna com muita força, agarrou numa almofada” e atirou-a para a cara da ribatejana de forma agressiva. Mariana conta que lhe disse que tinha sido “a última vez” que o tinha feito e voltou para casa dos pais.
Após vários pedidos de desculpa, desculpou-o e voltou para sua casa “uma semana depois”. Contudo, aconselhou-o a “ir ao psicólogo para o ajudar” com o seu comportamento agressivo, até que houve mais um episódio depois de Mariana ter ido fazer reiki com uma amiga e ter chegado mais tarde do que o suposto a casa.
“Quando eu cheguei a casa, começou aos berros a dizer ‘tu és uma mentirosa, não estiveste com ela’ e atirou um prato contra a parede. Eu disse ‘olha, isto assim para mim não dá, vou apanhar ar, acalma-te e falamos quando eu voltar’. Quando voltei ele não estava em casa, fui-me deitar, e fingi que estava a dormir para falarmos no dia a seguir com mais calma. Só que ele foi ter com um amigo dele para um café beber copos”, contou.
Quando o rapaz chegou a casa, “atirou-se” ao pescoço de Mariana. “É hoje que eu te mato”, disse à ribatejana. Mariana conseguiu soltar-se e ligar para a mãe e “nunca mais” teve contacto com o ex-namorado.
"A única coisa que queria e que tinha definida era que tinha de me destacar"
Mariana decidiu inscrever-se n’ “O Triângulo”, apesar de não ter nenhum objetivo nem “ter o sonho de participar num reality show”. Como tinha acabado com um ex-namorado “quatro semanas antes de o programa começar”, decidiu arriscar. “Os meus pais ao início não queriam nada que eu entrasse”, revelou, acrescentando que o pai “sempre foi muito contra”, mas que depois a apoiou, e que a mãe queria que a filha chegasse à final.
Mariana ficou em 3.º lugar no programa e foi “um bocadinho agridoce”. “Apesar de não sabermos o que se passa cá fora, dá para ter uma perspectiva. Desde o meio do programa que comecei a perceber que a Carolina e a Inácia tinham muita força cá fora”, disse, acrescentado que na última gala, juntamente com os finalistas Carolina, Inácia, Moisés e Sara, achou mesmo que “ia ficar em terceiro lugar”.
A ex-concorrente era uma jogadora assumida e não escondia que queria ganhar o programa. "Não digo que estive em personagem, porque eu sou efetivamente aquilo tudo. Mas como é lógico, se é para jogar e criar situações, há coisas que têm de ser feitas”, afirma.
Mariana pregou várias partidas aos colegas, retirou dinheiro do prémio final e teve vários confrontos com outros concorrentes. A ribatejana disse que pensou que o seu jogo a podia prejudicar quando saísse do reality show, mesmo a nível profissional, mas como “sabia que não estava a fazer nada de mal”, confiou que “as pessoas não iriam ver maldade” no que fazia n’ “O Triângulo”.
Mariana esteve envolvida num triângulo amoroso com Moisés Figueira e Sara Sistelo durante todo o programa. “Ao início eu achei-lhe mesmo piada, sou sincera, mas em momento algum pensei em usar isso como estratégia”, afirmou, acrescentando que “alimentava aquilo”, porque tinha uma boa relação com Moisés, criavam conteúdo e não passava disso.
"A única coisa que queria e que tinha definida era que tinha de me destacar", revelou quanto à sua estratégia de jogo. “O Triângulo” foi uma experiência “muito gira” e “intensa”, e a alentejana considera que o programa a mudou, no sentido de ter ficado uma pessoa mais “zen”. Contudo, dificilmente se veria a participar novamente num reality show.
Quanto ao feedback do público quando saiu, Mariana afirma estar a ser positivo e que as pessoas gostaram da sua prestação. “Estão sempre a dizer-me o mesmo e eu nem sei o que responder mais. Dizem-me ‘tu é que devias ter ganho, tu é que eras a justa vencedora’. Não há uma pessoa que me aborde na rua ou envie uma mensagem no Instagram que não diga isso. Obrigada, mas isso não me fez ganhar, não é?”, conta.
A jovem de Santo Estêvão afirma que “por enquanto” não sentiu nenhum tipo de preconceito por ter participado num reality show. Após o programa, Mariana continua a dar-se "muito bem" com Ângelo Dala, Isa Oliveira, Domingos Terra, Zezinho, Tiago Feliciano e com Lívia, que a “surpreendeu pela positiva”.
"Quero voltar a ser uma pessoa normal e a fazer a minha vida como fazia antigamente”
Apesar da exposição que ganhou com o reality show, Mariana quer regressar à vida antiga e trabalhar na sua área. “Obviamente que agora com as redes sociais posso fazer algumas parcerias, trabalhar com marcas, mas isso é um extra e quero aproveitar isso. Mas quero voltar a ser uma pessoa normal e a fazer a minha vida como fazia antigamente”, admite, adiantando que está “à procura de trabalho” na sua área e que já fez “algumas entrevistas”. Além disso, pretende continuar a criar conteúdos para as redes sociais.
Mariana é licenciada em gestão de recursos humanos, mas sempre teve um “bichinho” pelas “forças de segurança”. A jovem de Santo Estêvão concorreu aos “oficiais da PSP” com 19 anos, tendo chumbado numa das provas físicas. Enquanto estava na universidade trabalhou “durante um ano num take-away”, três meses durante o verão numa loja de desporto e também trabalhou como gestora de indexação.
Quando acabou a universidade, arranjou emprego na sua área, tendo sido “responsável de recursos humanos de uma fábrica durante quatro anos”.