Michael Jackson, que faria este sábado, 29 de agosto, 62 anos, tinha uma voz particularmente aguda e suave. Segundo Conrad Murray, o médico que durante anos o acompanhou e que cumpriu uma pena de quatro anos de prisão, na sequência de lhe ter prescrito a mistura fatal de propofol e de outros sedativos que levaram à morte do cantor, revelou que este tom de voz era o resultado das hormonas que lhe foram administradas pelo seu pai, aos 13 anos, e que serviam para que o então membro dos The Jackson 5 mantivesse a voz infantil.
Murray fez estas revelações no livro "This is It! The Secret Lives of Dr. Conrad Murray and Michael Jackson". "Vi muitas vezes o Jackson na sua forma mais exposta e confessional. Ele só concordou em partilhar comigo esta história depois de me fazer jurar: 'Nunca vais dizer uma palavra. Nunca'", escreveu. "Concordei. Fiquei chocado quando o Jackson me contou. Isso explicaria todo o comportamento incomum do Michael, bem como as suas mudanças morfológicas."
Só que os amigos próximos de Michael Jackson já vieram dizer o contrário. Segundo Lizza Minnelli e o marido David Guest, o músico tinha outra voz. "Acho que as pessoas não conhecem o verdadeiro Michael. Ele não fala assim", disse o amigo de longa data do cantor, ao apresentador Larry King, em 2002.
Já Lizza Minnelli acreditou, num primeiro momento, na voz infantil de Michael Jackson. Até ao dia em que o ouviu falar ao telefone. "Eu disse, Michael, foste apanhado (...) Todos estes anos e tens falado com aquela voz."
Também Diana Dimond, da Court TV, descreveu o som da voz do cantor, que morreu em 2009, como "grande e profundo". "Especialmente se lhe dessem más notícias ou se o aborrecessem, a voz dele ficava muito, muito, muito profunda", revelou ao "Access Hollywood". "Eu estava lá num dia em que lhe perguntaram pela Gloria Allred, a advogada que o perseguiu , e ele se virou e disse 'Ela pode ir para o inferno' com uma voz masculina, profunda."
Também Piers Morgan, apresentador do "Good Morning Britain", confirmou também a existência desta voz secreta, que o músico terá deixado escapar numa entrevista por telefone. "A coisa mais estranha sobre Michael Jackson, o que encorajou as minhas suspeitas sobre ele, como ser humano, foi o facto de ter uma voz muito suave e aguda quando falava sobre caridade e crianças", contou, citado pelo "Mirror".
"Quando mudei o assunto para negócios, a voz dele caiu várias oitavas e ele tornou-se numa pessoa completamente diferente a conversar." Piers Morgan descreveu esse momento como estranho "Mostrou-me que ele era uma personagem diferente, multifacetado, dependendo do assunto."
Segundo Lizza Minnelli, Michael Jackson terá criado esta versão para proteger a sua verdadeira personalidade, depois de anos de sofrimento.