É uma das maiores polémicas de Hollywood dos últimos tempos. Blake Lively processou Justin Baldoni, com quem contracenou em "Isto Acaba Aqui", por assédio sexual nas rodagens do filme e o ator já está a sentir as represálias, tendo sido afastado da WME, a agência que o representava, poucas horas depois das alegações da atriz terem vindo a público.
A artista, que se mantém na mesma agência, acusou Justin Baldoni, a sua produtora, Wayfarer Studios, e outros membros da equipa do filme, de, além do assédio sexual, terem levado a cabo uma campanha de "manipulação social" destinada a prejudicar a sua reputação – algo que o advogado de defesa do ator desmentiu, considerando as queixas "falsas, ultrajantes e difamatórias".
Contudo, as acusações imputadas por Blake Lively foram confirmadas pelo "The New York Times". A publicação norte-americana publicou uma investigação na qual revelava mensagens a que teve acesso, trocadas por membros de uma equipa contratada pelo ator e realizador do filme – que já tinha trabalhado com Johnny Depp –, cuja missão teria sido incentivar críticas contra Blake Lively nas redes sociais. E parece ter resultado.
Além disso, a atriz acusa o colega de ter tido comportamentos inadequados que lhe terão causado "grave sofrimento a nível emocional", como mostrar vídeos e imagens explícitas de outras mulheres e vangloriar-se das suas conquistas sexuais, bem como de ter dito que falou com o pai da atriz, que já morreu, visto que alega ter o dom de contactar os mortos, segundo o "Daily Mail".
Como se isto não bastasse, o ator também terá feito comentários sobre a aparência da colega. O processo diz que, no segundo dia de filmagens, Justin Baldoni fez a equipa "esperar horas enquanto chorava no camarim" da atriz, uma vez que as redes sociais estavam a arrasar o look da personagem da mesma, dizendo que esta "parecia velha e pouco atraente", lê-se no tablóide britânico.
Uma coisa é certa: o filme, que foi um sucesso de bilheteira, tendo angariado mais de 350 milhões de dólares pelo mundo fora, foi uma autêntica catapulta na carreira de Justin Baldoni, que era relativamente desconhecido até então. Se fazia parte da fação que não estava familiarizada com o artista, eis tudo o que precisa de saber sobre ele.
Quem é Justin Baldoni?
Justin Baldoni nasceu a 24 de janeiro de 1984, em Los Angeles, Estados Unidos, mas cresceu em Medford, no estado do Oregon. A mãe, Sharon Baldoni, é designer de Feng Shui, enquanto o pai, Sam Baldoni, foi presidente e CEO da Baldoni Entertainment, uma empresa de marketing na área do entretenimento, antes de se dedicar à produção de projetos do filho.
Em adolescente, quando ainda andava no secundário, participou em várias atividades extracurriculares, como rádio, futebol e atletismo, uma paixão que continuou a explorar na California State University, para a qual teve bolsa. No entanto, foi depois de sofrer uma lesão que decidiu mudar-se para Los Angeles, tendo sido encorajada a dedicar-se à representação.
Apesar de, segundo o site "Onward State", nunca se ter imaginado nessa indústria, conseguiu o seu primeiro papel em 2004, quando tinha 20 anos, de acordo com a "Business Insider". A sua estreia aconteceu em "The Young and the Restless", uma novela que começou em 1973 e que continua a decorrer, na qual participou em três episódios, dando vida a Ben.
Desde então, nunca mais parou. De 2004 a 2014, foi participando em todo o tipo de projetos anualmente, como "CSI: Miami", "CSI: Nova Iorque", "Hotel Doce Hotel: As Aventuras de Zack e Cody", "A Casa das Coelhinhas", "Single Ladies" ou "Black Out". No entanto, é mais conhecido pelo seu papel em "Jane The Virgin", série em que participou de 2014 a 2019 e à qual se seguiram alguns anos de pausa, até ter participado em "Isto Acaba Aqui".
Pelo meio, também encontrou interesse na arte da realização. Prova disso é que Justin Baldoni é, inclusivamente, a cabeça por trás da série documental digital mais vista de sempre, "My Last Days", que estreou em 2016 no canal norte-americano CW e cujas quatro temporadas incidem sobre as histórias de pessoas que vivem com doenças terminais, diz o site Linktree.
A par disto, o ator e realizador também escreveu dois livros – e foi, nomeadamente, um dos autores bestsellers do "The New York Times". Justin Baldoni publicou "Man Enough: Undefining My Masculinity", em 2021, que explora os estereótipos tradicionais sobre a vulnerabilidade, relacionamentos, imagem corporal dos homens, bem como "Boys Will Be Human", em 2022, uma obra de autoajuda para jovens rapazes que aborda temáticas como a autoestima.
Ainda na temática de desmistificar o tema da masculinidade frágil – algo que, em retrospetiva, as massas consideram irónico, tendo em conta a polémica que está a acontecer –, o artista foi protagonista de uma Ted Talk, na qual abordou a redefinição do que é a masculinidade e da forma como os homens se veem a si próprios, encorajando o sexo masculino a debruçar-se sobre os seus sentimentos.
No que diz respeito à vida pessoal, Justin Baldoni é casado, desde 2013, com a atriz sueca Emily Foxler. Atualmente, usa o nome Emily Baldoni nos créditos em filmes e projetos televisivos em que está envolvida, como "Agents of S.H.I.E.L.D" e "NCIS: Los Angeles", além de ter aparecido em "Isto Acaba Aqui", com um pequeno papel – o de Julie, a médica que trata de Lily Bloom, a personagem de Blake Lively, que sofria de violência doméstica.
O par criou a Wayfarer Entertainment, em 2013, que foi a responsável pela produção do filme, inspirado no romance homónimo de Colleen Hoover. Mas este não é o único "filho" que têm em comum: o casamento de mais de uma década entre Justin e Emily Baldoni já deu dois frutos – os dois filhos, Maiya, de 9 anos, e a Maxler, de 7, diz a "People".
